Experiências de quem idealiza um grande festival
29/08/2019 15:30
Tatiana Abreu

CEO do Rock in Rio, Luis Justo, participa da Semana de Engenharia 

Rock in Rio, edição de 2017. Foto de divulgação.

O CEO do Rock in Rio, Luis Fernando Justo, esteve na Universidade no dia 20 de agosto, para ministrar uma palestra na Semana de Engenharia (SIEng) na qual abordou assuntos como liderança, inovação e experiência no festival. Justo é formado em Engenharia de Produção pela PUC-Rio e, durante o tempo em que estudou na instituição, foi um dos fundadores da Empresa Júnior. O engenheiro trabalhou com mercado financeiro depois de formado e foi CEO da marca Osklen por 11 anos até que foi chamado para trabalhar no festival Rock in Rio. 

O evento foi criado em 1985 com o empresário Roberto Medina que, segundo Justo, queria fazer um movimento para valorizar o movimento da juventude no Brasil pós-ditadura. Medina acreditava na capacidade de promover o que ele definia como o maior festival de música do mundo e, na primeira edição, ele reuniu um público de quase 1,5 milhão de pessoas em dez dias. De acordo com Justo, a intenção sempre foi proporcionar uma experiência única para cada edição, independente do estilo musical. 

-  A palavra "Rock" vem de uma atitude que queremos passar. A permanência do “Rio” no nome do festival também significa a atitude do brasileiro e do carioca. É sempre Rock in Rio porque isso faz parte do DNA da nossa marca. 

O engenheiro contou que, ao entrar no negócio, a maior preocupação foi entender como era a proposta de valor, pois ele não tinha experiência com show business. Justo ingressou na equipe com a ideia de que a proposta de valor era venda de tíquetes para apresentações de bandas. Mas após o sucesso do Rock in Rio Card, que possibilita a compra do ingresso meses antes de anunciar as atrações do festival, e do Rock in Rio Club, um produto de fidelidade em que o cliente tem o lugar reservado na fila de compra do bilhete, ele entendeu que o êxito estava na experiência.

Rock in Rio, edição de 2017. Foto de divulgação.

Segundo Justo, a missão do festival é proporcionar experiências “inesquecíveis” por meio da música e do entretenimento. Em 2015, o valor da experiência foi consolidado no sucesso de venda da lama da área do festival de 1985 que custou R$ 185. A partir desses fatores, Justo concluiu que cliente compra a memória de um momento inesquecível que ele viveu no passado. 

-  Nós queremos, cada vez mais, depender menos daquela banda que está em cima do palco mundo. Mas, de fato, oferecer uma experiência como a de quem vai num parque temático, como na Disney. Uma experiência que vai muito além de um show de banda - afirmou Justo.

A edição deste ano terá nove palcos de música diferentes, espetáculo aéreo da companhia argentina Fuerza Bruta e mais de 200 artistas nos sete dias de festival. Outro detalhe inédito será uma fragrância distribuída em mais de 300 máquinas nos 300 mil metros quadrados do evento. De acordo com o diretor executivo, a estação do metrô Jardim Oceânico já estará com o cheiro para que o público comece a criar uma memória afetiva e olfativa em conexão com o festival.

- Em primeiro lugar vem a experiência que queremos criar. A partir disso vamos resolver todos os desafios operacionais para fazer acontecer. Aliás, essa também é um pouco da nossa realidade de engenheiro, né?! Nós só pegamos pedreira - brincou.

Luis Justo, CEO do Rock in Rio. Foto: Amanda Dutra.

O CEO encerrou a palestra com sete dicas de conceitos, baseadas nas experiências dele, que devem ser consideradas pelos futuros engenheiros para ampliar um projeto. Com relação ao cliente, observou Justo, é preciso atentar para os detalhes que farão a diferença na hora de conquistar o público. Outra dica é ter obsessão em como será a melhor experiência para o cliente e como ele se comporta ao comprar o produto. E para a marca, comentou, é importante proporcionar a experiência real dos clientes, ter resiliência para reerguer em situações difíceis e compartilhar valores e resultados com os parceiros.

- Nós precisamos muito que as marcas entendam e compartilhem o propósito do Rock in Rio para ter a entrega com o nível de qualidade que fazemos. 

 

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