A dinâmica das criptomoedas
27/05/2021 15:23
Lorena Teixeira

Moedas virtuais podem ser usadas como reserva de valor de investimentos e meio de pagamento

Assim como o dólar, euro e o real, as criptomoedas podem ser utilizadas para trocas, mas no circuito on-line. Estas moedas virtuais são criptoativos, isto é, ativos protegidos por criptografia, com três fatores que as diferem do dinheiro físico: a descentralização, o anonimato e zero de custo de transação. Cada vez mais este capital é utilizado em negociações comerciais, como a compra de carros, equipamentos e até viagens de turismo. Recentemente, um bilionário do mercado de imóveis do Reino Unido colocou o apartamento à venda e anunciou que aceitaria bitcoins como forma de pagamento.

Estas moedas digitais são descentralizadas, o que significa que elas não necessitam de um banco central ou um órgão do Estado para a regulamentação. Não é preciso apresentar identificação para realizar uma transação, por isso o anonimato. A cotação, compra e venda são totalmente anônimas e armazenadas em uma carteira pessoal que pode ser acessada pelo computador da pessoa ou por um aparelho móvel. O bitcoin é a criptomoeda principal, com o valor mais alto - no momento vale R$ 205.586,81. Mas existem outras moedas que também estão no auge como a litcoin, ethereum, riple, dogecoin.

Diretor do Departamento de Administração, professor Leonardo Lima esclarece que os criptoativos fazem parte da blockchain – tecnologia com a qual todas as informações de operações ficam armazenadas e que funciona como um livro de contabilidade. Segundo o professor, os criptoativos têm conquistado consumidores que utilizam este tipo de investimento como reserva de valor como, por exemplo, os japoneses que compram criptomoedas para deixar de herança para os filhos.

- Você pode usar como reserva de valor de investimentos e meio de pagamento. Não existe outro ativo na economia com essa funcionalidade, o bitcoin foi o primeiro com essas características. Existem cartões de crédito que debitam na sua conta de criptoativo.

Professor Leonardo Lima, diretor do Departamento de Administração

O professor Rafael Nasser, do Departamento de Informática e do curso Programação de Contatos Inteligentes em Blockchain para o Direito, explica que a tecnologia blockchain foi uma forma de manter registros digitais on-line com a ideia de não existir apenas um lugar em que a informação é confiável. Ele comenta, também, que a lógica utilizada é o consumidor possuir um dinheiro em que o Estado e as instituições financeiras não possam interferir.

- O dinheiro digital no banco já é registro de transações, entrada e saída de dinheiro, quando passa para o blockchain também é registro de entrada e saída, porém ela fica descentralizada em vários lugares. Este dinheiro que é guardado nesta estrutura descentralizada ganhou o nome de criptomoedas. Porém como ele está armazenado em vários lugares diferentes, é necessário usar a criptografia. A criptografia é usada, por exemplo, para garantir que os dados que estão em um lugar são iguais aos que estão no outro, é também usada para assinar uma transação, então existem vários aspectos desta tecnologia que envolvem a criptografia.

Professor Rafael Nasser, do Departamento de Informática

Em março deste ano, o dono da Tesla, Elon Musk, informou que seria possível comprar os carros da marca com bitcoin. Após a declaração do empresário, o preço da moeda inflamou. Mas no dia 12 de maio, Musk anunciou por meio do seu perfil do Twitter que não aceitará mais a moeda por questões ambientais e, no mesmo dia, o seu valor caiu 17% e continuou em queda no dia seguinte.

Muitos economistas alertam para os riscos existentes na hora de investir nas criptomoedas. Por não haver um órgão regulador, elas não são regidas por regras e leis; existe uma intensa volatilidade, o que provoca oscilações no preço, e, por outro lado, existem sites não confiáveis para se investir. É um mercado especulativo, assinala o diretor do Departamento de Administração.

- Há uma grande volatilidade do preço, mas o conceito econômico e os fundamentos que estão por trás são sólidos. O conceito de risco é muito relativo, existe sim muita volatilidade, por isso foram criadas as stablecoins para consertar esta volatilidade. A indústria de segurança evoluiu muito e hoje está muito mais seguro operar criptoativos – observa o professor.

A PUC-Rio oferece cursos de especialização e extensão sobre criptomoedas, nos quais é possível aprender sobre o universo das moedas digitais, como investir de forma segura, criar carteiras digitais e outros assuntos. No site ECOA PUC- Rio é possível encontrar palestras que abordam este tema e outras vertentes do assunto.

 

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