Reitor da PUC-Rio desde 2010, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., deixou a reitoria da Universidade após 12 anos de gestão, que agora ficará a cargo de padre Anderson Antonio Pedroso, S.J.. Padre Josafá é graduado em Teologia pelo Centro de Ensino Superior da Companhia de Jesus, Mestre e Doutor em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas, membro da Companhia de Jesus e autor de 55 artigos científicos e 12 livros. O jesuíta ingressou na PUC-Rio em 1986 como professor do Departamento de Geografia. Em 1989, fundou o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA). Foi Diretor do Departamento de Geografia entre 1991 e 1994, ano em que assumiu a Vice-Reitoria da Universidade. Foi um dos idealizadores da Agenda Ambiental da PUC-Rio, lançada em 2009, e também do novo curso de graduação em Ciências Biológicas, o primeiro no Brasil com ênfase em Ciências Ambientais. 

Nos 12 anos em que foi reitor da PUC-Rio, padre Josafá não deixou de atuar como professor e sempre fez questão de estar em sala de aula. Tanto assim, que continuará na Universidade como professor do Departamento de Biologia. Preocupado em implementar medidas sustentáveis no campus, o jesuíta nunca deixou de relembrar a importância de se investir em uma instituição de ensino que preza pela pesquisa de excelência, além de unir a tecnologia e o pensamento de futuro sustentável. Ele buscou promover a interdisciplinaridade e o encontro de ideias, respeitando a diversidade de pensamento dentro de uma lógica de unicidade de pensamentos. Além disso, conseguiu em sua gestão passar com êxito pela maior crise sanitária dos últimos tempos nos dois anos de pandemia da Covid-19.

As marcas deixadas por padre Josafá foram lembradas e celebradas por discentes, docentes, funcionários, colaboradores, amigos e outros convidados durante a última noite do religioso como reitor. Palavras como humanidade e sustentabilidade foram unânimes entre os depoimentos concedidos, que caracterizam tanto a gestão, quanto a formação pessoal de padre Josafá. 

Sergio Bruni (Vice-Reitor para Desenvolvimento)

– A principal marca foi a tolerância. Nós vivemos períodos complicados da pandemia e ele conseguiu com muita habilidade, com muita temperança fazer com que passássemos a dar o ensino remoto de qualidade em um curtíssimo espaço de tempo. Outra coisa é o campus verde. Eu acho que isto talvez seja um dos grandes legados que ele tenha deixado: este amor pelo campus e esta agenda ambiental que ele implantou.

Marcelo Gattass (diretor do Instituto Tecgraf)

– Vou dar duas marcas que considero muito importantes na gestão do padre Josafá: uma é o jeito dele de ser, é uma pessoa muito humana e muito acessível. A outra é a preocupação enorme com o meio ambiente que ele trouxe.

Rejan Guedes Bruni (professora do Departamento de Biologia)

– O padre Josafá teve um papel muito importante de antever as questões ambientais, como uma questão de centralidade tanto na Universidade quanto para a sociedade. Este pioneirismo que a PUC tem em tratar, não só as questões ambientais, mas socioambientais, é uma marca dele. Inaugurar na Universidade o primeiro curso da área biológica traz também uma inovação, e acho que foi muito bem-sucedido. A segunda marca é o aspecto dialogal que ele cultivou, e manter a chama acesa de promover sempre a interdisciplinaridade e o encontro de ideias. Acho que ele entra para a história da Universidade com uma marca bastante positiva para todos nós.

Jorge Biolchini (diretor do Departamento de Medicina)

– A visão dele de interdisciplinaridade, a integração dos saberes e com certeza a defesa socioambiental. Ele deu total apoio à área da saúde em todos os sentidos: graduação, pós-graduação, e incentivou a todo momento. A sensibilidade dele também é um ponto que se destaca.

Sidnei Paciornik (Decano do Centro Técnico Científico - CTC)

– Ele sabe lidar com as dificuldades e é uma pessoa acolhedora. Acredito que o fato de ele ser capaz de completar seis anos como vice-reitor e 12 como reitor, enquanto transitava por tempestades, oscilações e no meio de tantos desafios, é uma qualidade realmente ímpar que ele possui. Outra característica do padre Josafá é o carinho e a serenidade para lidar com as situações que passamos durante o seu reitorado. 

Augusto Sampaio (Vice-Reitor Comunitário)

– Uma coisa que marcou muito para Josafá foi o acolhimento humano que ele sempre dava. Acho que até falei em uma entrevista que às vezes eu ia na sala dele chateado e pronto para ter uma briga e acabava saindo de lá abraçado com ele. Acho que esta maneira humana de encarar e tentar resolver os problemas é uma característica muito forte dele.

Ricardo Bergmann (Vice-Reitor Acadêmico)

– É importante destacar a calma, a serenidade, a face humana no tratamento dos problemas, o respeito às pessoas. Conseguiu fazer a gestão da Universidade durante esses 12 anos, e foi muito bom trabalhar com ele.

Francisco Guimaraens (Decano do Centro de Ciências Sociais - CCS)

– Ele idealizou estes novos ambientes e inclusive reduziu o número de vagas de carros para tornar o campus não só mais sustentável como ainda mais acolhedor aos alunos, professores e funcionários. Tenho visto justamente os alunos estudando nestes novos ambientes que no período da gestão do padre Josafá foram criados, o que é muito importante.

Júlio Diniz (Decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas - CTCH) 

– O padre Josafá ressaltou no discurso que ele enfrentou situações muito adversas e difíceis, não só a pandemia, mas a crise econômica, e a instabilidade social. Acho que ele tocou com muita serenidade esses 12 anos e deixa um legado para o padre Anderson que, como decano do CTCH e como professor da Universidade há 35 anos, me deixa extremamente tranquilo e feliz. 

Participaram da cobertura: Carolina Smolentzov, Gabriel Meirelles, Giulia Matos, Luanna Lino, Maria Fernanda Firpo, Rafael Serfaty e Victória Reis.