Projeto de liderança voltado para o outro
30/05/2017 15:11
Thaís Silveira

Grupo de jovens católicos da Universidade participa de movimento cujos eixos são a formação humana, espiritural, pastoral e intelectual

Na missão na Ilha do Araújo, em Paraty, os jovens do MOVE organizaram celebrações na Semana Santa. Foto: Michele Souza

O desejo de criar um programa de liderança católica e de formação integral originou o MOVE. Iniciativa do Reitor da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, padre Alexandre Paciolli, o projeto tem como eixos a questão humana, espiritual, pastoral e intelectual. O nome veio da ideia de movimento e mobilização, e as missões realizadas pelo grupo justificam esse título. Em abril deste ano, durante a Semana Santa, e em julho do ano passado, o MOVE foi à Ilha do Araújo, em Paraty, para levar o catolicismo aos moradores da região. Segundo padre Alexandre, as missões têm a finalidade de oferecer benefícios humanos e materiais, além de conhecimento sobre a fé e união à comunidade.

A primeira turma do projeto, o MOVE 1, foi criada no início do ano passado. Atualmente, são três, com uma média de 15 participantes. São realizadas reuniões semanais temáticas e cada uma tem um orientador, que, em geral, já passou pelo programa. Também há um acompanhamento do padre Alexandre, que fornece direção espiritual aos integrantes. Segundo ele, é importante desenvolver o grupo com o objetivo de preparar intelectualmente jovens que tenham atitude dentro de uma formação integral.

– Sempre busquei ser líder dentro da minha fé. Desde pequeno, minha mãe me levava para ajudar pessoas pobres. Quis oferecer aos jovens um projeto de liderança.

De acordo com a estudante de Comunicação Social Michele Souza, que faz parte do grupo, é importante desenvolvê-lo na PUC para que os cristãos tenham companhia durante o período universitário.

– A faculdade é um momento de descoberta e, antes do MOVE, não havia uma mobilização centralizada de cristãos na Universidade. Por isso, ter esse grupo aqui é enriquecedor.

Nas ações em Paraty, os participantes abordavam os moradores de porta em porta com passagens bíblicas, e, se as pessoas se interessassem, eles conversavam e faziam orações. À noite, havia celebrações na Igreja. O programa foi coordenado com o pároco local, e eles visitaram áreas afastadas da cidade, onde a presença da Igreja é menor. De acordo com Michele, a presença do MOVE fortalece o catolicismo na região. Responsável pelas missões, a estudante de Teologia Natasha Ribeiro sempre quis participar de um trabalho voluntário. A oportunidade surgiu por meio do programa.

– As missões são a religião na prática. Com elas, consegui valorizar a minha vida vendo a dificuldade do outro. É diferente de ter espiritualidade e guardá-la para si mesmo.

Michele ressalta que as ações em Paraty foram uma grande troca de experiências.

– Os idosos acabam ficando esquecidos. Faz muito bem para eles e para nós. Nunca tive uma experiência parecida. Achamos que nós levamos algo, mas, na verdade, estamos recebendo.

A questão espiritual desenvolvida pelo MOVE também mudou a vida do estudante de Administração Pedro Haddad: ele descobriu a vocação sacerdotal no grupo. Antes, ele já era católico, mas não praticante. O aluno se refere à expressão em latim duc in altum, que significa mergulhar em águas profundas da fé, para definir o MOVE. Haddad observa que há muito desconhecimento com relação ao catolicismo e, segundo ele, é muito importante que o programa proporcione o encontro diário com Cristo.

– Muitas vezes eu neguei a minha vocação. Achava que ser padre não era para mim. Mas, com o MOVE e uma direção espiritual, meu norte se abriu. Como dizia São João Paulo II, precisamos ser santos de calças jeans.
O próximo passo do grupo é preparar uma missão de paz em Belém, Israel, em dezembro deste ano. Eles vão visitar famílias indicadas pelo pároco local que precisam de ajuda.

– O espaço é muito pessoal, mas é transformador. Movimenta a própria vida – finaliza Michele.

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