O encerramento da XXIV Semana do Meio Ambiente da PUC-Rio ocorreu na quinta-feira, 16, no Anfiteatro Junito Brandão. A abertura do encontro foi realizada pelo coral Alegria, que existe há 14 anos e é composto por jovens e adolescentes do Parque da Cidade, Rocinha e Canoas. Com um repertório eclético, o grupo apresentou desde Maria Maria, de Milton Nascimento, até Hallellujah, do Leonard Cohen.
O coordenador de sustentabilidade da PUC-Rio Fernando Coutinho comentou sobre a relação da Universidade com o coral. Ele disse que seis jovens trabalham como Jovem Aprendiz no campus, outros dois ingressaram na universidade com bolsas de estudo e três deles fazem parte do programa Guardiões do Meio Ambiente, no qual são instruídos a cuidar da natureza existente na PUC. Coutinho ainda afirmou que esta edição da Semana do Meio Ambiente ganha um nível a mais de importância por estar baseada na encíclica Laudato Si, publicada pelo Papa Francisco em 2015, e que propõe a união do meio ambiente com a sociedade humana.
— Estamos celebrando a junção do social com o ecológico. Antes se fazia essa separação, mas na verdade ela não existe. Estamos criando projetos socioambientais na PUC, e o Coral Alegria é um dos parceiros através do jovem aprendiz, novos universitários e os Guardiões do Meio Ambiente — disse.
A dança indígena em homenagem à lua cheia, chamada Toré, foi realizada no auditório como um momento de espiritualidade ecumênica, apresentado pelo padre Sandoval, S.J. Após isso, três prêmios foram entregues aos grupos vencedores do Concurso de Projeto Sociambiental do Campus, uma das novas propostas da Semana do Meio Ambiente, que envolve alunos de todos os cursos inscritos na disciplina Ética Socioambiental e Direitos Humanos.
Os alunos receberam os certificados do coordenador do NIMA Luiz Felipe Guanaes e do bispo auxiliar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro Dom Joel Portella. Guanaes falou da necessidade de projetos como os que foram premiados fazerem parte da rotina do campus. Dom Joel Portella comentou sobre o papel que a Universidade tem na conscientização social sobre o meio ambiente ao ser um centro que liga o cotidiano
— Já estou na PUC há 40 anos. Vi e vivi muita coisa nessa Universidade, e ela nunca deixou de se fazer presente na hora em que alguém precisou. Hoje, o mundo necessita de ajuda. Essa postura da Universidade me alegra muito —comentou.
Composto por pessoas em situação de rua e ligado a Pastoral do Povo da Rua, o coral Uma Só Voz finalizou a XXIV Semana do Meio Ambiente. Tânia Carvalho, uma das coordenadoras do projeto, afirmou que ele começou durante a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, e muitas vezes ocupa o lugar do poder público no auxílio à população. Ela destacou que o coral mostra as pessoas que existe outra possibilidade além da rua.
— Esse lugar além da rua é descoberto por eles a partir do coral. Nosso papel não é induzir ninguém, mas sim mostrar a eles a necessidade de sair da rua.