Teoria e prática em sala de aula
27/09/2018 12:51
Beatriz Puente

Aula Inaugural do Departamento de Educação discute a base curricular

Gisele reforça a importância de profissionais que unam experiência e vida acadêmica. Foto: Gabriela Azevedo 

A Formação de Professores: Repensando suas Relações foi o tema da Aula Inaugural do Departamento de Educação realizada quarta-feira, 26, no Auditório Padre José de Anchieta. Ministrada pela pedagoga e professora Gisele Barreto, do curso de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a abordagem foi em torno das experiências que serviram como aprendizado e objeto de estudo para ela.

A professora expôs a trajetória profissional dela e a relacionou com uma reflexão sobre a transição entre o mundo acadêmico e o trabalho. O entrelaçamento dos troncos e galhos das árvores foi usado por Gisele para exemplificar o elo que deve existir entre os vários âmbitos da formação acadêmica, ou seja, os diversos caminhos que a graduação pode levar o aluno.

- Ela precisa ser compreendida, em nosso entendimento, a partir de suas muitas demandas de formação. A ideia de relação de entrelaçamento, de atrelar uma coisa na outra, de simultaneidade. O primeiro movimento de entrelaçamento, por exemplo, é na passagem da Universidade para a escola onde se trabalha.

Gisele contou sobre os obstáculos em seu primeiro trabalho: o nervosismo por não saber o que fazer e a dificuldade de colocar a teoria aprendida na graduação em prática. Ela ressaltou também a responsabilidade necessária nos estágios práticos, como eles agregam positivamente para essa mudança e que, muitas vezes, fazem um acompanhamento mais próximo do que é oferecido na faculdade.

- Dizem que teoria e prática são muito diferentes, tendem a separar. Mas, na minha experiência, por mais que eu tenha tido dificuldade, foi a base teórica que serviu para que eu começasse a prática, mesmo que de maneiras tortas. Às vezes, não sendo a melhor forma, mas consegui alfabetizar a turma no final do ano. Foi a minha formação que me possibilitou e que me possibilita hoje. E foi a experiência do estágio que me fez descobrir que eu queria trabalhar com pessoas menos favorecidas.

A pedagoga afirmou que a grade curricular é precária, se for levado em conta a crescente abrangência do curso de Educação. Para ela, é necessário revisar o curso, pois não há igualdade entre o ensino teórico e o prático. Outro aspecto ressaltado por Gisele foi a pesquisa acadêmica que, segundo ela, não é incentivada no curso e a importância de ter professores que tenham vivência prática, não apenas acadêmica.

- A formação acaba sendo precária porque não há equilíbrio e nem relação entre a teoria e a prática. Vemos muito mais teoria. E agora, com essa demanda que vai até o Ensino Fundamental I e até o Ensino de Jovens Adultos, por exemplo, fica difícil. Não há incentivo e nem ambientação para pesquisas no meio da pedagogia. E os formadores de professores? Será que todos eles têm vivência de sala de aula, de escola, ou só ficam no mestrado e doutorado? Precisamos analisar todos os aspectos que envolvem a formação.

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