Podcasts
07/06/2019 17:48
Paula Veiga

As mudanças no mercado e a popularização dos programas da plataforma são discutidas por profissionais da área

Os palestrantes ilustraram a conversa com as experiências no ramo do podcast. Foto: Amanda Dutra

No segundo dia da Semana de Jornalismo da PUC-Rio, a mesa Podcast discutiu o futuro da nova plataforma e o modo de se fazer jornalismo por meio dela. Participaram do debate a produtora Paula Scarpin, dos podcasts Maria Vai com as Outras e Foro de Teresina; a apresentadora, roteirista e produtora Gabriela Viana, do podcast Vozes: Histórias e Reflexões; o apresentador Rodrigo Alves, dos podcasts 2 Pontos e Vida de Jornalista; e a professora Patrícia Maurício, do Departamento de Comunicação Social PUC-Rio. O encontro foi mediado pelo professor Soares Junior, do Departamento de Comunicação Social, membro do podcast E Agora, José?.  

Patrícia Maurício explicou que, no rádio, a audiência é presa a uma grade de programação e, por causa dos custos elevados, os assuntos são limitados. Segundo a professora, com a facilidade de produção e baixos custos dos podcasts, os nichos ganharam uma “longa cauda”, referente a variedade maior de conteúdos abordados pelas produções de áudio nessa plataforma. O problema, conforme Patrícia, foi a ruptura do modelo de negócios. Agora, por causa da “longa cauda”, a publicidade não se concentra em um único lugar e, com isso, as plataformas buscam formas de se sustentar.

Paula comentou a diferença entre o comércio dos podcasts no mundo e no Brasil. Segundo ela, no Brasil não existe a cultura de fazer publicidade com podcasts, ao contrário dos Estados Unidos.

- Enquanto no país norte-americano 72% dos produtos anunciados são comprados pela audiência, aqui precisamos de bolsas e financiamentos. Apesar de estarmos na era de ouro do podcast e ela ser a mídia que mais cresce no mundo, no Brasil ninguém fica rico com isto. Outro mecanismo usado nos EUA é o crowdfunding, no qual o público paga o quanto puder.

Rodrigo Alves afirmou que, para conquistar um lugar ao sol, é necessário ser criativo e apresentar a melhor técnica. Para o produtor, qualquer pessoa que tenha um celular pode criar um podcast, basta produzir um conteúdo que desperte o interesse dos ouvintes e que se distinga dos demais.

Gabriela relatou que o podcast Vozes tem como pilares histórias, reflexões, opiniões, emoções e empatia. Para a roteirista, nenhuma narrativa é unilateral. No trabalho vinculado à CBN, ela busca tirar o espectador da zona de conforto e levá-lo à ponderação. A partir do formato, a apresentadora disse que busca direcionar o ouvinte para um mergulho na história. A produtora contou que, para a imersão completa no conteúdo produzido, é preciso dar vida às vozes e mexer ao máximo com as sensações.

Estudantes e professores lotaram o encontro de podcasts. Foto: Amanda Dutra

A integrante do Vozes explicou que a construção do texto deve levar em conta o sotaque da pessoa, adotar uma linguagem falada, e que os roteiros costumam ter de 25 a 30 páginas. Os episódios, de acordo com Gabriela, podem levar tempos variados para serem feitos, mas a média é de dez dias. A jornalista também contou que o público tem a faixa etária entre 18 anos a 24 anos, ao contrário dos ouvintes do rádio, que é formado por um público mais velho. Neste ano, o Vozes alcançou 920 mil downloads e 224 mil ouvintes.

Já o Foro de Teresina, segundo Paula, teve dois milhões de downloads. A jornalista disse que produção dos programas da Revista Piauí passa pelas etapas de concepção da ideia, desenvolvimento do episódio piloto, criação das identidades sonora e visual, e elaboração do cronograma de produção.

- Após concluirmos o planejamento, passamos à pré-produção e pesquisa, produção, composição do roteiro, gravação, limpeza do áudio, edição, finalização, mixagem, distribuição para cada tocador, divulgação nas redes sociais e métricas da audiência.

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