O presidente da FAPERJ, Jerson Lima, ministra Aula Magna sobre os desafios da Covid-19 para ciência

O presidente da FAPERJ, Jerson Lima, abordou sobre os desafios da Covid-19 para a ciência e para o fomento científico e tecnológico na Aula Magna da PUC-Rio que ministrou no dia 7 de abril. Ele iniciou com um agradecimento ao Reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira S.J., pelo convite e demonstrou admiração pelo trabalho da Universidade.

Lima mostrou um gráfico, da World Heath Organization, que apresentava a porcentagem de óbitos pelo mundo, pela Covid-19, e registrava que o Brasil representa 12% dos números mundiais. Ele, no entanto, lamentou não ter conhecimento do número exato de brasileiros já vacinados, mas estimou que cerca de 20 milhões já foram imunizados, o que significa apenas 3% da população. Ele apontou a importância da ciência e da vacina para lutar contra a pandemia.

- A ciência mundial e brasileira têm voltado todas as suas armas para tentar combater este vírus, o Sars-CoV-2, e a doença causada por ele, a Covid-19. Em menos de um ano, já tivemos várias vacinas testadas e utilizadas de forma emergencial no mundo inteiro.

Professor Titular no Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, ele citou as universidades e instituições estaduais e federais do Rio de Janeiro que se dedicam ao estudo de vacinas para controlar a ação do novo coronavírus. Ele comentou que a PUC-Rio e outras universidades depositam a esperança nos mais jovens, nos alunos que, quando ingressam no Ensino Superior, não têm ideia de como a produção científica do Brasil é significativa.

Ele destacou a missão da FAPERJ, que é valorizar e implementar o sistema de pesquisa do Estado, apoiando atividades em todas as áreas de conhecimento e promovendo a interligação desses com a sociedade. Segundo Lima, a fundação funciona com um orçamento determinado pela Constituição Estadual.

- A FAPERJ é governamental, está no Estado do Rio de Janeiro, existe uma importância dos gestores do executivo de reconhecerem o papel de uma agência de fomento científico para atuar em diversas questões, já que, muitas das vezes, os resultados das pesquisas não ocorrem no mandato do executivo.

O professor relembrou a fala inicial do Reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira S.J., sobre a importância da ciência, mencionou a necessidade de combater o negacionismo com informações verdadeiras e também de mostrar como a ciência realmente funciona. Ele assegurou que é preciso compreender que a ciência não se sustenta por meio de verdades absolutas e pode ser imprevisível.

- Nós estamos aprendendo que a ciência pode ser imprevisível cada dia mais, principalmente agora, com o vírus Sars-CoV-2 que vem nos surpreendendo em termos de mutações todos os dias – afirmou.

Lima encerrou a participação na Aula Magna após mencionar um caso ocorrido com o ex-presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon (1913-1994), que durante o mandato, na década de 1970, quis diminuir os recursos do NIA (National Institute on Aging). Houve um grande debate na sociedade americana e uma série de protestos, muitos afirmaram que a doença sairia mais cara que os investimentos nas pesquisas e, graças ao movimento de setores da população, os cortes não foram feitos. O professor também ressaltou que o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, serve de exemplo para outros países por querer aumentar, nos próximos anos, o dinheiro para pesquisas.

- Essa mensagem é importante, os investimentos não são baratos, mas a doença e o subdesenvolvimento tecnológico são muito mais caros, não ter vacina significa não ter a população apta a trabalhar, e assim temos que criar programas de auxílio, que são importantes, mas que custam mais caro.