Metas para a sustentabilidade
30/05/2017 17:10
Elissa Taublib

Revisão do documento será apresentada na Semana do Meio Ambiente   

Os estudantes Conrado Carvalho, João Pedro Menezes e Mariana Vieira pesquisam assuntos como resíduos sólidos e água para revisão da Agenda. Foto: Lucas Simões 

Em vigor desde 2009, a Agenda Socioambiental da PUC-Rio é um acordo coletivo que visa tornar a Universidade sustentável por meio de metas de curto, médio e longo prazo. Após um levantamento realizado por estagiários do Programa Institucional de Iniciação Científica (PIBIC-CNPq), uma revisão da Carta será apresentada na XXII Semana do Meio Ambiente, em junho deste ano, para que ela seja consolidada em novembro. Resíduos sólidos e biodiversidade foram alguns dos assuntos estudados pela equipe interdisciplinar de pesquisadores, que foram divididos em grupos de trabalho e auxiliados por professores e estudantes voluntários.

Esta é a primeira revisão do documento institucional, que passou a incluir, este ano, a palavra socioambiental no nome. Estagiária do PIBIC, Mariana Vieira ressalta a mudança na denominação e no conteúdo da Agenda. A aluna de Arquitetura e Urbanismo afirma que o foco da versão inicial da Carta estava no meio ambiente sem abordar a mobilidade e os espaços construídos e de convivência no Campus – temas analisados na pesquisa da estudante. Ela destaca, ainda, que o documento não tinha prazos determinados para os objetivos, o que dificultou a execução das sugestões apresentadas.

– A proposta era, por exemplo, reduzir a quantidade de carros. Mas em quanto tempo e em quantos por cento? Não havia essas informações. A diferença de ter essa revisão é incluir o aspecto social, o papel do estudante e o espaço que ele ocupa aqui dentro, e definir essas novas metas numéricas.

Mariana explica que a intenção do grupo de trabalho dela é a de analisar a relação do usuário com o Campus, por meio de observação e registros fotográficos da ocupação dos ambientes da PUC. De acordo com a estagiária do PIBIC, há uma demanda por espaços que se adequem às necessidades dos estudantes. Ela aponta para a falta de tomadas para carregar o computador no bosque e o fato de os alunos que não estudam no IAG não poderem ter acesso ao Wi-Fi do prédio. Mariana acredita que a circulação de carros na Universidade deveria se limitar a determinadas vias.

– Se você reduz a quantidade de vagas, automaticamente a pessoa é obrigada a se adequar a uma nova condição de sustentabilidade. Também tentamos melhorar a acessibilidade, porque não há muito lugar para parar a bicicleta aqui dentro. Achamos que, se existissem mais opções, mais alunos viriam por esse meio de transporte.

A aluna de arquitetura relata que, por conta da vivência no Campus, os estagiários envolvidos na revisão já sabem para onde direcionar o levantamento.Estudante de Engenharia Civil, Conrado Carvalho diz que incluir os alunos para aplicar e promover a Agenda diz respeito a uma inserção do corpo discente no debate do assunto.

– Precisamos de gente para participar, dar depoimentos do que pode melhorar. Nós somos alunos, mas já estamos nesse ambiente de criação da Agenda, muitos nem sabem que ela existe. Trata-se de disseminar essa ideia para a população da PUC – diz.

Responsável pela análise de água, energia e resíduos sólidos, Carvalho comenta a necessidade de as pessoas saberem separar o lixo corretamente. Mas, segundo ele, essa é uma ponta da cadeia: há um trabalho complexo que envolve a parte de coleta, gestão e funcionários. O estagiário ressalta que o documento constrói um padrão no tratamento da sustentabilidade.

– A PUC já tem uma pegada bem ambiental, até pelo Campus ser bem verde. Mas, o principal obstáculo hoje é a descentralização. Pretendemos organizar as informações relacionadas à sustentabilidade, que são hoje muito difusas, o que impede um avanço nessa área.

Encarregado pelo estudo da biodiversidade, João Pedro Menezes observa que há falta de trabalhos sobre o ecossistema da Universidade. Para o estudante de Ciências Sociais, apesar do grande número de pesquisadores e áreas verdes no Campus, os alunos de Biologia costumam estudar apenas ambientes como Mata Atlântica e Caatinga. Para incentivar a interação com a biodiversidade local, Menezes defende medidas como espalhar sinalizações sobre os animais que habitam a Universidade. Ele alega que a execução dos objetivos da Agenda depende da inclusão de toda a comunidade PUC.

– Com a Laudato Si’, a nova Encíclica do Papa Francisco, e um reitor biólogo, que estuda botânica, há uma estrutura que possibilita que a Agenda saia do papel. Esse momento de revisão é importante para pensarmos os novos desafios. É algo muito bonito da Universidade: apresentar uma visão crítica sobre ela mesma, e propor algo novo com a participação dos alunos.

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