Espaços e lugares: Cartografia da Comunicação foi o tema da 14ª edição do Seminário de Alunos de Pós-Graduação da PUC-Rio (Póscom), que ocorreu entre os dias 21 e 24 de novembro na Universidade. A proposta é estimular o encontro entre pesquisadores e alunos em relação aos estudos da Comunicação e os espaços. A mesa de abertura foi realizada pelos professores Ricardo Freitas (Uerj), Anna Enne (UFF) e Cesar Gordon (UFRJ).
Freitas apresentou o estudo sobre megaeventos. Segundo ele, a violência, apontada como uma das principais marcas da cidade do Rio de Janeiro, foi reorganizada para vender um local capaz de sediar eventos de grande porte atrativos para o mercado internacional. Um fenômeno que ele chama de Branding Urbano.
- Começou a me interessar muito, a partir dos Jogos PAN Americanos 2007, a perspectiva da cidade como mercadoria e com uma proposta empresarial. E como isso era feito sem uma base teórica. As narrativas da violência foram transformadas para que essa marca Rio ficasse competitiva. Sediar megaeventos é uma das maneiras, e o Rio de Janeiro lutou por isso.
Após 2007, o Rio foi sede de outros grandes eventos, como a Jornada Mundial da Juventude, em 2013; Copa do Mundo, em 2014; e a Olimpíada, em 2016. Freitas observou que a questão da cobertura da imprensa influenciou a imagem da cidade como lugar propício a esses empreendimentos.
- Violência é algo que vende. Nossa sociedade é baseada no consumo do medo e do pânico. Nosso cotidiano é pautado em uma série de produtos que tem o medo como plano de origem, como seguro de saúde, seguro de morte, seguro para enchente. A comunicação, como um todo, trabalha muito em cima disso. E para uma cidade que é sede de megaeventos tinha que retrabalhar isso. Os megaeventos repercutem muito tempo antes, durante e depois da sua existência.