Diversidade no Sagrado
20/09/2018 13:00
Lucas França

Pinturas do artista Geraldo Lacerdine abordam inclusão social na arte sacra

Exposição ocorre no salão da Pastoral, no subsolo da Igreja da PUC-Rio

As obras da coleção Sagrado Primitivo, do pintor Geraldo Lacerdine, estão expostas no Espaço Dom Luciano Mendes e fazem parte da programação da 10ª Semana da CRE. São 25 peças de acrílico sobre tela com aplicação de folhas de ouro que, entre pesquisa e produção, levaram cerca de dez meses para serem finalizadas   A ideia para a exposição surgiu a partir da reação de espectadores com uma antiga pintura que Lacerdine fez. Segundo o artista, a obra era de uma Virgem Aparecida de pele negra e com feições de dor. Após a exibição, o artista recebeu mensagens que o questionavam sobre o trabalho e com comentários que diziam ser falta de dignidade pintar a Virgem com “cara feia e pobre”.

— Comecei a perceber que na arte sacra há grande exclusão em relação a outros padrões de beleza, da cor negra, dos indígenas etc. Percebi também que as religiões continuam negligenciando e excluindo muita gente da arte sacra. Se isso acontece, vou tentar incluir, fazer um tipo de arte que diferencie um pouco desses padrões eurocêntricos. Daí então surgiu a exposição.

Exposição Sagrado Primitivo

De acordo com Lacerdini, a palavra “primitivo”, que faz parte do título da exposição, tem o conceito de uma manifestação que está dentro do ser humano, e que busca o sagrado. Não é com o sentido do homem das cavernas, observa o artista, mas a ideia de ser algo “o mais original possível”. Lacerdine define como fundamental a presença da exposição em um ambiente universitário, que ele diz ser muito diversificado e aberto às discussões.

— Trazer a diversidade para o campo da arte e para uma universidade católica só reafirma uma luta humanitária social pela igualdade. Essa dimensão é própria do Evangelho, de Jesus Cristo.  Acho que a exposição traz discussões de defesa dos direitos humanos e de inclusão social, importantes para o contexto atual do Brasil, tanto na universidade quanto fora dela. Quanto mais falarmos de humanidade, inclusão e aceitação, mais podemos construir um Brasil melhor.

Os quadros podem ser visitados todos os dias das 7h até sexta-feira, 21, às 13h. A exposição faz parte da Semana de Cultura Religiosa (CRE) da PUC-Rio.

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