As crises no mundo global
21/09/2018 11:43
Nicole Polo

A conferência Another World is Possible debateu como as crises no sistema neoliberal afetaram de maneira semelhante diferentes países

A crise econômica, política e social, no Brasil e no restante da América Latina, e os impactos econômicos, políticos e sociais da Grande Recessão, na Europa, foram analisados e comparados na conferência internacional Another World is Possible na PUC-Rio. O encontro ocorreu na terça-feira, 18, e reuniu especialistas em economia e ativistas sociais.

Thaiane Vieira

Na abertura, as professoras Marta Fernández e Andrea Hoffmann, do Departamento de Relações Internacionais da PUC-Rio, o professor de economia Christian Ghymers, da ICHEC Brussels Management School, e a integrante do Parlamento Europeu Bettina Guilherme fizeram uma curta apresentação do tema central da conferência.
Betina explicou que a proposta do seminário é um projeto antigo de comparar a crise latino-americana com a europeia e perceber como cada continente tem lidado com essas crises, quais impactos sociais e econômicos que tiveram e, também, quais mudanças políticas eles provocaram.
Na primeira sessão, os professores Stephan Schulmeister, da Universidade de Vienna, e Luiz Eduardo Melin, do Departamento de Direito da PUC-Rio, o integrante do Secretariado Político do SYRIZA Yiannis Bournous, Simone Romano, do Istituto Affari Internazionali (IAI), debateram sobre o tema As Crises e a Reação Governamental.
O professor Stephan fez a contextualização histórica das crises econômicas do capitalismo liberal e neoliberal, em especial a de 2008, que iniciou nos Estados Unidos. Segundo ele, a quebra da bolsa de Nova York foi o maior impacto do sistema neoliberal implementado pelos países na década de 1970. Para o professor, esse modelo econômico, que defende a mínima intervenção do Estado no mercado, quando começou a ser praticado nos anos 1970, evidenciou que geraria problemas financeiros. Ele deu como exemplo as crises do petróleo dos anos 1970 e 1990.

Thaiane Vieira

Yiannis Bournous explicou a crise econômica, política e social que a Grécia viveu e como o governo atual lida com a situação. Para ele, o país sofreu muito com a crise financeira de 2008, por causa de políticas neoliberais efetivadas anteriormente. O atual governo grego, segundo Yiannis, implantou políticas sociais, o que tem melhorado as condições do povo grego, o mais afetado pela crise.
A crise brasileira foi apresentada pelo professor Luiz Eduardo Melin. Ele afirmou que a nossa política econômica é, de certa forma, restrita ao capital internacional e, por isso, o país tem uma independência econômica. Segundo o professor, é necessário ter distribuição de renda para movimentar a economia no país.
- Os governos devem ser capazes de regular sua balança comercial e de ter o controle nacional. Essa é uma variável importante, que cada sociedade possa decidir – democraticamente ou não - o que eles querem fazer com seu crescimento econômico, geração de emprego, administrar seu dinheiro em circulação. É crucial, mas ninguém fala sobre isso.
Simone Romano apresentou as consequências políticas da crise financeira de 2008 na Itália. Ele alegou que, após uma recessão, há um crescimento da incerteza eleitoral. Isso permite o surgimento de lideranças populares no país. No populismo, os políticos prometem medidas que não vão resolver efetivamente os problemas, segundo Simone. Ele ainda ressaltou o importante papel que as mídias sociais exerceram na última eleição italiana, principalmente, na disseminação das fake news.

 

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