Caminhos da tecnologia
05/06/2019 18:55
Ana Carolina Moraes

A história da Inteligência Artificial e as inovações na área são discutidas pelo professor Augusto Baffa em palestra

O professor Augusto Baffa aponta as abordagens para IA. Foto: Amanda Dutra

Telemarketing, organização de produtos em armazéns e direção de veículos. Todas essas tarefas já são realizadas em certo grau por robôs de Inteligência Artificial (IA). Esses foram alguns dos caminhos trilhados pela IA que foram apontados pelo Coordenador do Laboratório ICAD/VisionLab - PUC-Rio, professor Augusto Baffa, em palestra do VI MID Fórum. O professor abordou a história da pesquisa em IA, o progresso da área nos últimos anos e mostrou vídeos de robôs que realizam as mais diversas tarefas.

Baffa contou a história do termo inteligência artificial, cunhado em 1956 em Dartmouth College (Estados Unidos). Mas, de acordo com ele, o avanço na área só ocorreu a partir dos anos 1970 e 1980, com a chegada dos computadores pessoais. Com isso, houve a abertura para o ressurgimento das redes neurais - modelos computacionais com padrões matemáticos inspirados no sistema nervoso central de um animal que tem a habilidade de adquirir conhecimento por meio de experiência. 

O professor afirmou que a aplicação prática desta tecnologia é muito abrangente, e a tendência é que a Inteligência Artificial auxilie cada vez mais o ser humano com tarefas do dia a dia e até em indústrias. O professor mostrou o vídeo de um robô, o Roomba 980, um aspirador de pó automático, que realiza a rotina de limpeza e retorna para a estação de carregamento sozinho. Apesar de acreditar que a IA ainda está distante do nível de inteligência humana, o professor admite que, no futuro, essa diferença deve ser  cada vez menor.

- Já existem estudos que sugerem que governos invistam cada vez mais em educação para tornar a população mais especializada, já que a tendência é que tarefas sem pré-requisitos fundamentais tendam a ser cada vez mais realizadas por robôs. Isso pode gerar um problema futuro, muitas pessoas que não tiverem a oportunidade de estudar não encontrarão emprego.

O professor comentou que existem muitas linhas de pesquisa no ramo. Uma ciência explanada por ele foi a da lógica nebulosa, ou fuzzy, utilizada para analisar problemas ambíguos. Baffa explicou que, nestes estudos, não existe mais verdadeiro ou falso, mas sim uma faixa de respostas possíveis. Ele afirmou que este tipo de tecnologia é usado com frequência no dia a dia, em aparelhos de ar condicionado e micro-ondas, por exemplo. Baffa também ressaltou que uma das áreas mais pesquisadas desde os anos 1990 é a de aprendizado de máquina, ou machine learning.

- A linha de pesquisa mais falada hoje em dia na Inteligência Artificial é a de aprendizado de máquina, o machine learning. Nessa vertente, os processos e algoritmos que compõem o aprendizado de um problema são estudados para, em seguida, se extrair a informação da questão e, finalmente, gerar um modelo de conceito. Ou seja, a máquina observa e estuda o problema e, com o conhecimento adquirido, tenta criar uma forma de executar a questão.

Outra área explicada por Baffa foi a de processamento de linguagem natural. O professor esclareceu que este processo está diretamente ligado à compreensão do que é falado, que deve ser processado e gera uma resposta. Assim, a informação, em voz, é captada pelo aparelho que a transforma em texto. No momento seguinte, ele faz o processo inverso, isto é, converte o texto em voz.  Ele citou a Siri, assistente inteligente da Apple, e o Google Assistente, do Google, como exemplos de sistemas que realizam essa tarefa.

- A linguagem natural nem sempre é uma ferramenta de finalidade. Se uma pessoa pede para o assistente pessoal do celular marcar uma consulta no médico, o sistema vai entender o que está sendo dito primeiro, para executar a ação depois. O texto, neste caso, está sendo usado como interface para outra ferramenta.

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