Olhares diversos para o Natal
23/11/2015 04:48
Luiz Felipe Marinho / Fotos: Centro Loyola PUC-Rio/Theo Carvalho

Exposição de 160 presépios revela a riqueza de artesãos de vários países

Resina, Itália

Em parceria com a Arquidiocese do Rio de Janeiro, o Centro Loyola de Fé e Cultura PUC-Rio expõe 160 presépios, confeccionados por artesãos de 40 países de todos os continentes. O mais antigo deles foi produzido no século XIX. Os itens fazem parte da coleção particular do diretor do Centro Loyola, padre José Maria Fernandes, S.J.. A exposição fi cará aberta até o dia 20 de dezembro, das 8h às 16h, na Catedral Metropolitana de São Sebastião, na Avenida Chile, 245, no Centro.

Os presépios não só representam o nascimento de Cristo, mas trazem referências da cultura e história dos países de origem. Na arte vinda do Japão, é possível ver Maria, José e o Menino Jesus feitos em madeira de bambu, com olhos puxados e vestidos de quimono. No presépio feito no Cazaquistão, a estrebaria é substituída por uma cabana, comum nas regiões rurais do país.

Cerâmica, Brasil

Além da forma em que foram esculpidas e montadas, as peças são de materiais diferentes, em geral os mais característicos de cada país, como o couro de renas, do Canadá, ou de cobra, da Ilha de Java, principal ilha da Indonésia.

Padre Fernandes conta que adquiriu muitos presépios quando estava na Europa e na Feira Internacional de Artesanato, em Belo Horizonte, onde conseguiu a peça vinda do Cazaquistão. Segundo ele, durante esses anos todos em que vem montando a coleção, o que o mais o fascina é a criatividade do artesão.

– Não importa se é de lata ou de ouro. Tem presépio que eu comprei na mão de camelô na Praça General Osório. Tem de um mecânico que gosta de trabalhar com arame e fez um presépio todo de arame para mim. Eu sempre digo que não é o colecionador que faz a coleção, é a coleção que faz o colecionador.

Bambu, Japão

Para ele, as exposições que realiza trazem de volta o sentimento familiar do Natal, que parece ter sido esquecido com o consumismo desenfreado. Ele diz que quem deve ser o foco do Natal é o aniversariante.

– O Natal veio ao longo do tempo perdendo o sentido. Natal é o Nascimento do Filho de Deus. O consumismo e o Papai Noel tomaram conta. Não que eu seja contra isso, mas foi suplantado. A exposição traz um sentido de família. Você vê avós contando histórias, o que faz bem para as pessoas. Eu vejo até em adultos o olhar de crianças. É quase que um sonho que está ali na sua frente.

Do Brasil, são cerca de 50 peças adquiridas em diferentes regiões, principalmente do Estado de Minas Gerais, que destacam a diversidade natural do país. Há peças confeccionadas com sementes nativas da Amazônia, conchas, coco da Bahia, palha e buchinha de Minas e capim dourado do Centro- -Oeste, por exemplo.

Marfim, Bélgica

São Francisco de Assis ajudou a popularizar a representação da Natividade de Jesus, ao recriar a cena do Cristo que nasce pobre entre os animais, deitado em uma manjedoura. Desde então, todos os anos, famílias do mundo inteiro mantêm a tradição, que é uma das mais importantes do Natal. Uma das primeiras representações do nascimento de Jesus foi encontrada em um mural, pintado nas Catacumbas de Priscila, em Roma, e data do século III.

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