Uma década em Duque de Caxias
30/09/2016 18:28
Camila de Araujo / Foto: Nina Cardoso

Polo leva excelência acadêmica para alunos da Baixada

Sala de aula do curso de especialização de Políticas Públicas de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher


O Polo de Caxias da PUC-Rio comemora dez anos de ensino nas áreas de especialização e extensão, e está recém- -instalado no Colégio São Francisco, no centro do munícipio de Duque de Caxias. Desde que foi fundado, no Instituto São Bento, o projeto registra 1.716 alunos formados. Atualmente, as disciplinas de Políticas Públicas de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, Assistência Social e Direitos Humanos, História e Cultura Afrodescendente e Elaboração e Gestão de Projetos Sociais Participativos são ministradas por professores que também atuam no campus da Gávea.

A iniciativa, resultado de parceria entre a Universidade e a Diocese de Caxias, é coordenada pelos professores Luciene Medeiros, do Departamento de Serviço Social, e Celso Carias, do Departamento de Teologia. O Polo integra a Coordenação de Especialização e Extensão, chefiada pelo professor Alfredo Jefferson de Oliveira. Segundo ele, a transferência do Instituto São Bento para o Colégio São Francisco busca otimizar o transporte dos estudantes.

– A sede do Instituto São Bento, embora confortável, é distante. O que era uma dificuldade quanto à locomoção. O colégio São Francisco fica exatamente no centro, onde há estação de trem e pontos de ônibus por perto – disse Jefferson.

A professora Luciene Medeiros, coordenadora do Polo, ressalta que o projeto leva a excelência acadêmica da Universidade a um segmento social que tem dificuldade de alcançar o campus da Gávea e está em busca de conhecimento.

– A ideia do Polo Caxias é levar excelência acadêmica para um segmento social que tem dificuldade de chegar à Zona Sul. Os nossos cursos são interdisciplinares e voltados àqueles que sentem necessidade de se qualificar para o mercado de trabalho, ou posteriormente, continuar no processo de estudos – afirmou Luciene.

A professora Nilza Rogéria de Andrade, do Departamento de Serviço Social, também enxerga no Polo Caxias uma oportunidade de levar o saber aos que estão geograficamente distantes da Gávea.

– Incentivar esse tipo de ensino na Baixada Fluminense é estratégico também por favorecer o acesso e alcançar o público que está deste lado do município – avaliou.

Professor Celso Carias é um dos idealizadores do Polo Caxias da PUC-Rio


Para o professor Celso Carias, o Polo é uma forma de levar a filosofia da Universidade a outros lugares. Ele relembra a acolhida do projeto pelo Vice-Reitor da PUC-Rio, padre Francisco Ivern Simó, S.J, na época Vice-Reitor de Desenvolvimento.

– O Polo Caxias é um projeto pelo qual temos bastante carinho. Identificamos o potencial de uma aplicação concreta da filosofia social defendida pela PUC, para além da Gávea. Conversamos com vários setores e encontramos com muita alegria o padre Ivern que, de imediato, nos deu total apoio – relembrou Carias.

Segundo o Vice-Reitor da PUC-Rio, padre Ivern Simó, S.J., a presença de uma central de ensino avançada na Baixada Fluminense faz parte do compromisso social da instituição católica.

 – Além de excelência acadêmica, pesquisa e ensino, a PUC está sempre atenta à responsabilidade social. Pensamos os cursos no Polo de Caxias como um serviço à comunidade. Com a proposta de atender pessoas que tinham interesse em complementar os estudos – declarou o Vice-Reitor.

Os alunos vindos de diferentes regiões do Rio de Janeiro, e de fora do estado, se encontram nas salas de aula. As carteiras são preenchidas por moradores da Regiões Metropolitana e Serrana da cidade, Médio Paraíba, Norte Fluminense, Baixada Litorânea e, também, de São Paulo.

Aluna do curso de especialização em Políticas Públicas de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, a enfermeira Sônia Bastos, de 56 anos, comentou que conseguiu aplicar o conhecimento adquirido no curso no atendimento às pacientes vítimas de agressão.

– O que eu vi em sala de aula consegui colocar em prática no trabalho como enfermeira. Eu tive uma visão melhor em enxergar a paciente que sofreu violência – disse.

Para o aposentado Aloisio Dias, de 67 anos, matriculado no curso de extensão em Elaboração e Gestão de Projetos Sociais Participativos, o Polo de Caxias permitiu o acesso ao conteúdo que, ele, formado em administração de empresas, desconhecia.

– Hoje tenho contato com a parte que eu não conhecia, voltada para iniciativas sociais. A minha formação é como administrador de empresas, ou seja, não tem nada a ver com o social, mas gosto de aprender, tenho o hábito de dizer que estou estudando outra vez – afirmou Dias, que é presidente da ONG da Associação Cultural Nascente Pequena.

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