Arte e política em 1967
24/11/2017 12:55
Lucas França

Encontro discute o cenário político e cultural da sociedade brasileira na década de 1960

Marcelo Jasmin, Julio Diniz e Sergio Martins abriram o encontro. (Foto: Fernanda Maia)

A cultura brasileira do século XX foi tema discutido na abertura do Seminário 1967, meio século depois, que ocorreu na quarta-feira, 22. O encontro é uma realização dos Departamentos de História, Filosofia e Letras da PUC-Rio, em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O Decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), professor Júlio Diniz, e o diretor do Departamento de História, professor Marcelo Jasmin, abriram o encontro. Diniz exaltou a realização de um seminário interdepartamental e entre Universidades, além de destacar a necessidade de um posicionamento contra a falta do debate e o diálogo.

— É bom que existam esses eventos, eles precisam ser apoiados sempre, geram muito diálogo entre ciência e cultura. É importante também destacar o avanço dessa onda agressiva e conservadora no país que está transformando o debate, no que minimamente eu posso dizer, em algo perigoso.

Decano do CTCH, professor Julio Diniz falou sobre a cooperação entre Universidades e defendeu a existência de debates (Foto: Fernanda Maia)

Marcelo Jasmin disse que é preciso voltar a atenção para a cultura popular brasileira, principalmente em tempos que a sociedade e a política no país vão mal. Segundo ele, apesar da situação de crise que as Universidades passam, o financiamento para seminários como o 1967 é importante.

O professor Paulo Sérgio Duarte, da Universidade Candido Mendes, e o professor aposentado da PUC-Rio Eduardo Jardim foram os palestrantes da mesa Revendo 1967. Duarte apresentou um panorama político e artístico da década de 1960. Ele falou de livros, artistas e líderes sociais que influenciaram aqueles anos no Brasil e no mundo.

— A década de 60 marca uma virada nos pensamentos progressistas do mundo. No mundo, líderes como Martin Luther King morreram, e o livro Sociedade do Espetáculo, do Guy Debord, foi publicado. No Brasil, tínhamos uma ditadura. Isso tudo abriu horizontes para novos pensamentos. Do ponto de vista artístico, em 1967 houve uma transformação muito grande na linguagem do que era feito no Brasil, por conta das influências de fora, da Antropofagia e de artistas como Hélio Oiticica.

Paulo Sergio Duarte, professor e crítico de arte, relembrou fatos da década de 1960 (Foto: Fernanda Maia)

Eduardo Jardim mostrou o novo livro Tudo em volta está deserto: encontros com a literatura e a música na época da ditadura. A obra apresenta a década de 1960 e de 1970 a partir de três pontos: o romance Quarup, de Antonio Callado, o show Gal a Todo Vapor e as poesias de Ana Cristina Cesar. Jardim disse o intuito inicial ao escrever o livro era contar sobre o final dos anos 1960 e início dos 1970.

— Esse, para mim, é um momento crucial para compreensão do Brasil e de outros países. Ali se desenhava o cenário que definiu o tom de tudo que ocorreu em seguida.

Antigo professor da PUC-Rio, Jardim destacou a influência da cultura brasileira para a escrita do novo livro (Foto: Fernanda Maia)

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