Um dia para ver, ouvir, experimentar e pensar na carreira
27/04/2018 18:48
Ana Vitoria Barros, Eduardo Diniz, Karen Krieger, Natália Oliveira e Paula Ferro

Alunos de Ensino Médio são apresentados à comunidade PUC-Rio em uma ação que aproxima escolas do Estado com a instituição

Alunos visitam os stands do Edifício Cardeal Leme / Foto: Gabriela Azevedo

A sexta-feira, 27, foi uma data diferente para alunos de Ensino Médio inscritos na 16ª edição do PUC por Um Dia. Fora das salas de aula de seus colégios, 5.500 estudantes puderam conhecer um pouco mais sobre a PUC-Rio e as carreiras que pretendem seguir. Na visita à Universidade, eles puderam participar de oficinas e praticar esportes, como tecido acrobático, slackline e altinha. Foram 121 atividades oferecidas por esta ação que mobiliza todo o campus da Gávea e é organizada pelo Programa de Integração Universidade, Escola e Sociedade (PIUES).

A iniciativa tem o objetivo de apresentar as unidades de ensino e pesquisa, os centros interdisciplinares e os setores acadêmicos e de serviços da PUC-Rio. Uma das coordenadoras do PIUES, Daiana Cruz afirmou que o PUC por um Dia é importante para os alunos de Ensino Médio porque ajuda na escolha da carreira e aproxima a Universidade da vida deles. Ela ainda destacou que a ideia é alcançar principalmente os estudantes de terceiro ano, que estão próximos do vestibular, mas, ressaltou, os alunos do segundo ano também são muito bem-vindos, uma vez que, ao participar do PUC por Um Dia, eles têm a chance de esclarecer dúvidas sobre o curso superior que vão eleger.

— É uma grande oportunidade para passar conhecimento para esses alunos e contribuir para a definição do futuro deles. Os estudantes podem conhecer os pesquisadores, o campus e a quantidade de cursos que a nossa Universidade oferece. Muitos deles, assim como os participantes do PUC por Um Semestre, que têm a experiência na Universidade por seis meses, entram na graduação.

Oficina de tecido acrobático divertiu os estudantes no PUC por Um Dia / Foto: Fernanda Maia

Encantada com o campus da Gávea, a estudante Caroline Necho, do Colégio Ícone, pretende fazer vestibular para psicologia e estava animada para descobrir mais detalhes sobre o curso. Segundo ela, estudar na PUC é a continuação de uma tradição familiar.

— Aqui é muito diferente do que eu estava esperando. É muito grande, tem muita informação ao mesmo tempo. Quero estudar aqui porque é um sonho, e meus pais sempre falaram da PUC e muitos da minha família se formaram aqui. Sinto muita vontade de vir para cá.

Aluno do Colégio Andrews, Tiago Silva ainda não definiu se fará vestibular para Comunicação Social ou Música, mas decidiu assistir à palestra do curso de Psicologia no laboratório de neurociências. Mesmo certo de que não tem aptidão para a área de saúde mental, ele gostou da oportunidade de estar em contato com diferentes áreas do conhecimento.

— O projeto do PUC por Um Dia é muito legal. Resolvi me arriscar e fui assistir à palestra sobre neurociência. Não é a minha área de interesse, mas fiquei impressionado com a estrutura. Dá muita vontade de vir estudar aqui – comentou o aluno, que também participou da oficina de altinha.  

As equipes da PUC, como a RioBotz e a AeroRio, mostraram aos visitantes as atividades desenvolvidas em cada núcleo. Os estudantes que participam desses projetos desenvolvidos na Universidade têm a chance de se inscrever em campeonatos e desenvolver habilidades valorizadas pelo mercado de trabalho. Para Daniel Escalhão, integrante da AeroRio, o PUC por Um Dia é uma boa ocasião para as equipes conhecerem os futuros alunos.

— Aqui podemos entrar em contato com estudantes que já demonstram algum interesse em engenharia e, às vezes, em aeronáutica. Assim, quando eles entram na Universidade, já sabem como nos achar e participar do nosso processo seletivo.

O professor Roberto Ierusalimschy, do Departamento de Informática, ministrou uma palestra sobre a linguagem de programação Lua, desenvolvida na PUC há 25 anos. Para ele, o PUC por Um Dia é um cartão de visitas da Universidade para o Ensino Médio.

– A PUC tem pouca visibilidade no Ensino Médio, ao mesmo tempo em que as empresas querem contratar alunos daqui. A instituição tem um nome forte para os contratantes. Muitas vezes, as pessoas não sabem quanto vale para elas um diploma da PUC.

A estudante Marina Rocha, do Colégio Verbo Divino, ainda não decidiu qual carreira seguir, mas considerou as palestras úteis porque apresentaram uma visão mais ampla dos cursos. Tanto assim, que, graças ao que viu durante o dia, começou a elucidar algumas questões.   

– Eu tinha descartado Psicologia, mas assisti uma palestra e o curso voltou a ser uma opção. Já Engenharia Química, que eu também tinha em mente, foi descartada totalmente. Eu sou mais da área de exatas, mas a Psicologia foi bem melhor, me despertou mais interesse.

Participantes puderam assistir a diversas palestras sobre cursos da Universidade / Foto: Fernanda Maia

O técnico de instrumentação Euclides Domingues preparou alguns experimentos para os estudantes e fez uma abordagem do funcionamento do Laboratório de Estruturas e Materiais. Ele esclareceu também dúvidas sobre os cursos de Engenharia e explicou alguns detalhes que, segundo ele, não são do conhecimento dos alunos. Isto, apontou, faz com que os jovens, muitas vezes, tenham percepções limitadas de determinadas carreiras.

– Às vezes o aluno quer ingressar na Engenharia, mas tem dúvidas se vai para a Mecânica ou a Civil. Muita gente pensa que Engenharia Civil é só cimento e concreto e, tecnologicamente, todas as engenharias estão iguais. O que eu mostro para eles é exatamente isso. Civil tem concreto e cimento, mas tem eletrônica também. Ninguém vive mais sem tecnologia.

Aluno do Colégio Curso Desafio, Victor Felipe se surpreendeu com a estrutura da Universidade e com o tratamento oferecido pelos voluntários e funcionários. Convicto de que vai fazer Engenharia, ele aproveitou as palestras para ter mais certeza da escolha.

– Eu pretendo fazer Engenharia Química ou Engenharia de Produção. Eu vi uma palestra de Engenharia Química e só tive mais certeza do que eu já sabia. São áreas bem diferentes porque Engenharia de Produção é mais finanças e Engenharia Química é mais estudo ambiental.

Conectado com as novidades do mercado de trabalho, o professor Marco Aurélio Pacheco, do Departamento de Engenharia Elétrica, acredita que a área de ciências de dados abre uma nova perspectiva na profissão. Apesar de não ser um curso instituído na PUC, ele salientou a relevância deste campo para o sucesso de grandes empresas como Google, Amazon e Facebook.

– Eu alerto os jovens que ainda não têm consciência disso, ou mesmo a percepção do mercado. Nem mesmo os profissionais conseguem perceber esse tsunami que se aproxima. As próprias universidades têm se mobilizado vagarosamente.

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