O Reitor da PUC-Rio, Padre Anderson Antonio Pedroso, S.J, celebrou a Missa de Abertura do Ano Acadêmico, no dia 9 de março, destinada a todo o corpo discente, em especial os calouros. A eucaristia foi concelebrada pelo Vice-Reitor Geral Padre André Luís de Araújo, S.J, e pelos padres Paul Schweitzer, S.J, José Abel de Souza, S.J, Arnaldo Rodrigues e Paulo Veríssimo, S.J.
Discernimento e fé foram o centro da homilia, na qual o Reitor também falou sobre o desafio da instituição em formar os corações dos alunos. Segundo ele, a comunidade, seguindo a tradição jesuítica de Santo Inácio de Loyola, tem a missão de educar os jovens e promover a formação de pessoas que farão a diferença na sociedade.
- Formar o coração significa educar os corações dos jovens para tomarem decisões sábias. O coração, para nós latinos, é o lugar dos sentimentos, mas no pensamento bíblico, que é semita, o coração é lugar das decisões fundamentais. A fé não é um sentimento, ela provoca sentimentos. Ela se abriga no coração, ela também é uma decisão.
Padre André Luís, S.J, fez a leitura do Evangelho, que abordou a história de Lázaro, um pobre ferido que morreu na porta da casa de um homem rico, que também faleceu logo em seguida. Na região dos mortos, eles se reencontraram, agora em posições invertidas: o rico, que durante a vida olhava o pobre “de cima”, agora o via debaixo.
- O rico só olha para cima quando está na região dos mortos. Ele olha para cima e vê Lázaro junto a Abraão. Alguém que nunca olhou para o alto, sempre olhou do alto. O pecado do rico foi o olhar. A educação do coração começa com a mudança de olhar, quando começamos a olhar para o alto. ‘Olhar para o alto’ é uma expressão muito bonita porque significa ‘me vejo pequeno’, e ver-se pequeno significa precisar dos outros e de Deus. Uma comunidade que busca tomar decisões corretas, e seguir o melhor caminho, precisa olhar para o alto, mudar o olhar e pedir a Deus ‘dai-nos sabedoria’. O discernimento é feito com o olhar para o alto e ouvidos para ouvir o testemunho do outro. Termina sempre em decisão.
Padre Anderson contou, ainda, sobre a sua trajetória como padre, que começou aos 15 anos, quando entrou no seminário, aos 25 foi ordenado e aos 27 se tornou reitor de um seminário de jovens, que tinham idade semelhante a dele quando iniciou sua jornada na fé. Segundo o Reitor, foi neste momento que percebeu que tinha vidas sob sua responsabilidade, e isto o atentou para o poder da tomada de decisão.