O aluno de intercâmbio Antoine Willm, 21 anos, veio para o Brasil com o objetivo de estudar Química na PUC-Rio, mas ao aceitar o convite de um amigo para dividir uma casa no morro do Cantagalo, ele não imaginava que os desafios iriam além da esfera acadêmica e da tabela periódica.
Todos os dias, o francês descia o morro com o skate embaixo do braço para dar um rolé pela cidade. O hobby despertou o interesse da molecada do Cantagalo, que logo começou a pedir para “dar uma voltinha”. A insistência dos meninos resultou no Favela Skate Club, projeto social em que Antoine ensina os moradores a praticar o esporte.
O projeto é mantido por colaborações e, para divulgá-lo, Antoine fixa cartazes com o e-mail para contato anto.willm@gmail.com em lojas de skate. Além disso, o estudante mantém uma página na internet com domínio francês e, periodicamente, viaja ao país para buscar doações. Para ele, a conscientização e solidariedade são importantes.
– Às vezes, aquele skate que fica esquecido em casa pode ser aproveitado e fazer a diferença na vida de alguém que não pode comprar. As pessoas precisam se conscientizar e doar o que não usam mais – observou o intercambista.
Para ingressar nas aulas, as crianças devem apresentar a autorização dos responsáveis e responder à chamada de frequência. Assim os pais podem saber onde os filhos estão e se informar sobre riscos de lesão. Às segundas, quartas e sextas-feiras são realizadas aulas avançadas para quem já tem noção do esporte. Para quem precisa aprender o básico, as aulas são às terças e quintas-feiras. Ao todo são cerca de 25 alunos.