No segundo encontro da série Literatura e Direitos Humanos, realizado na terça-feira, 11, as discussões giraram em torno do primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que em 2018 completa 70 anos de existência. Estiveram presentes na mesa o Vice-Reitor da PUC, padre Álvaro Pimentel, S.J, a a diretora do Departamento de Serviço Social, professora Andréia Clapp. Mediaram o debate a vice-diretora do iiLer, professora Gilda Carvalho, e o professor Adolfo Borges, do Departamento de Direito.
Padre Álvaro Borges analisou as palavras do primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para ele, os termos “livres”, “iguais”, “razão e consciência”, “devem agir” e “fraternidade”, presentes no artigo, são marcas do caráter universal e plural do texto. Além disso, o professor destacou que a Declaração convida os indivíduos a serem livres existencial e politicamente.
— A adoção da Declaração e o aprofundamento gradual das ideias que ela universaliza tem tido papel relevante na elevação da consciência humana. Ser livre é existir e se expressar no mundo, e quem não se expressa publicamente está escravizado. O ser humano vive sua liberdade em sociedade.
A professora Andréia Clapp defendeu que a desigualdade social é a “contramão” para um mundo mais justo. Para ela, políticas de ações afirmativas, públicas ou privadas, são formas de frear essa condição e reduzir a pobreza no país. Segundo Andréia, que apresentou um panorama histórico da desigualdade racial, entre gêneros e socioeconômica no Brasil, o que gera diferença entre os indivíduos é a negação do acesso a direitos.
— Como está claro e foi dito aqui, a Declaração dos Direitos Humanos é Universal. Quando pensamos que alguns grupos específicos não alcançam certos direitos, tem o acesso a eles negado, a universalidade não tem sido uma garantia. O que pode frear isso são as políticas públicas e provadas de cunho redistributivo e de reconhecimento do cidadão.