Ponte para uma das civilizações mais antigas do mundo
02/06/2022 17:44
Maria Fernanda Firpo

Instituto Confucius PUC-Rio organiza o 15° Concurso de Proficiência em Chinês o Chinese Bridge  

As eliminatórias brasileiras do 15º Concurso de Proficiência em Chinês, o Chinese Bridge, para alunos do Ensino Médio, ocorreu no dia 22 de maio pela plataforma do Zoom. Organizada pela Embaixada Popular da China no Brasil e o Instituto Confúcio da PUC-Rio, a competição contou com a presença do Conselheiro de Educação da Embaixada da China, Wáng Zhìwěi, da Primeira Secretária do Escritório Cultural da Embaixada da China, Sra. Yáng Chūnyàn, e do Decano do CTCH, professor Júlio Cesar Diniz, responsável pelo discurso de abertura. No concurso, foram avaliadas habilidades dos estudantes na audição, fala, leitura e escrita, e ainda foram analisados talentos culturais e habilidades gerais.

Ao todo foram seis jurados, professores e diretores do Instituto Confucius, e o Chinese Bridge não foi aberto ao público, mas o concurso pôde ser acompanhado on-line. Diretora do Instituto Confucius da PUC-Rio e professora do Departamento de História na Universidade de Hebei, Sun Yanping, foi também uma das organizadoras da competição e teve o privilégio de poder assistir a nova geração de jovens interessados no mandarim. De acordo com ela, o concurso é importante para que os alunos possam ter oportunidade de demonstrar as habilidades com a língua, visto que não o ensino deste idioma não é muito difundido no Brasil. Com a competição, os alunos conseguem se aprofundar ainda mais no mandarim, além de receberem bolsas de estudos de universidades chinesas futuramente.

No início, cada aluno teve que apresentar um discurso que explicava o porquê se interessou pelo mandarim, e no final todos os candidatos participaram de um show de talentos. Muitos dos estudantes que se inscreveram no concurso decidiram aprender mandarim para conhecer mais sobre a cultura da maior nação da Ásia Oriental. Segundo Yanping, a China é um país muito tradicional e diferente do Brasil, por isto ela não acreditava que tantos jovens estariam interessados em estudar a língua.  Para a professora, o resultado do concurso foi além de suas expectativas. Ela e os jurados ficaram maravilhados ao ver a fluência dos participantes, que apesar das dificuldades enfrentadas durante a pandemia, todos tiveram desempenhos excelentes.

– Por causa da pandemia, muitos deles perderam confiança na língua, então o concurso é um palco para mostrar a dominância na língua. Eles se preparam por muito tempo para participar deste concurso, e vários professores se esforçaram para que todos pudessem dar o seu melhor – assinala Sun Yanping.

Professora Sun Yanping

A vencedora desta edição foi a aluna Luiza Tagore, de 18 anos, que mora em Belo Horizonte, Minas Gerais. Ela estuda chinês desde os 15 anos porque se interessou por séries asiáticas, entretanto, a estudante percebeu que se aprofundar na cultura chinesa pode ser uma chance de alavancar a carreira. No discurso feito no início da apresentação, a estudante falou sobre a série chinesa favorita e revelou mais sobre sua trajetória no chinês e como seus pais e colegas reagiram quando ela decidiu se aventurar em uma língua tão distante para o contexto brasileiro.

A jovem deseja estudar Relações Internacionais nos Estados Unidos, já estudou na Tailândia e se apaixonou pelo mandarim, principalmente pelos caracteres do idioma. Apesar de sentir  mais dificuldades com a escrita, Luiza acha fascinante que na língua chinesa não existe um alfabeto, apenas caracteres. Segundo a aluna, é preciso decorar a forma que cada um dos cinco mil caracteres é escrito, além de precisar saber todos os sinogramas. A escrita de cada logograma tem uma história por trás que explica o porquê de ele ser escrito de uma determinada maneira. 

– Dando um exemplo de um caractere que é “Dǎkāi” que significa abrir, ele é deste jeito porque assim eram as portas na China bem antigamente. Todos os caracteres têm uma história muito do passado. É como se fosse uma arte rupestre que foi sendo aprimorada ao longo do tempo para virar o caractere que é hoje

Por ter conquistado o primeiro lugar nas fases preliminares, Luiza vai para a competição com os vencedores da América Latina e, caso vença, vai competir com alunos de todo mundo. Já o segundo lugar, ficou a aluna Sarah Moreira, de 18 anos, de Santa Catarina. Sarah começou a frequentar aulas de mandarim no Instituto Confucius quando tinha 12 anos, após assistir a uma competição do Chinese Bridge. Segundo ela, ver todos os alunos dedicados no concurso, e os professores na torcida, a incentivou a aprender chinês.

A futura estudante de Ciência Aeronáutica escreveu no discurso de entrada sobre o sonho de poder morar um dia na China e conhecer mais sobre a cultura e a beleza do país. Sarah participa da competição desde 2018 e já alcançou o primeiro lugar. Para ela, o concurso é uma ótima ocasião para treinar seu mandarim e poder aprender e estudar mais sobre o lugar.

– Quero poder conhecer pessoas e ganhar aprendizados. Porque aprender uma língua nova é uma coisa maravilhosa, até porque o conhecimento ninguém pode tirar de nós. Eu acho muito importante eu aprender e participar do concurso porque um dia eu quero estar lá.

O terceiro lugar foi dividido pelo aluno Eric Phelipe dos Reis, de 15 anos, e a aluna Helena Egido, de 16 anos. Eric mora em Belo Horizonte, Minas Gerais, e estuda mandarim desde 2020, quando conseguiu uma bolsa no Instituto Confucius. A vontade de estudar mandarim veio do interesse na cultura chinesa e de aprender novas línguas. O aluno do primeiro ano do Ensino Médio quer cursar Relações Internacionais e acredita que o chinês é uma língua com muita importância na área.

Eric decidiu participar do concurso, não só com a intenção de ganhar, mas também para poder praticar mais o mandarim e, quem sabe, poder morar na China no futuro. Já Helena mora em Águas de São Pedro, no interior de São Paulo, e está no último ano do Ensino Médio. Ela começou a fazer aulas de chinês aos 14 anos, e o interesse pela língua surgiu após uma aula de geografia na escola, que a incentivou a estudar mais sobre a cultura chinesa. Assim, a aluna começou a assistir filmes e séries dramáticas chinesas, conhecidos como “Doramas”, e viu no Chinese Bridge uma forma de obter mais conhecimento sobre o país populoso do mundo.

 

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