Festa de poesia e prosa
30/11/2018 17:59
Gustavo Zeitel

Décima edição do Prêmio Paulo Britto é realizado no Solar Grandjean de Montigny

O Prêmio Paulo Britto selecionou vencedores nas categorias prosa e poesia. Foto: Amanda Dutra

Ao ser anunciado como o vencedor do Prêmio Paulo Britto na categoria prosa, Mateus Baldi, autor do conto De cair a chuva, deu um soco no ar, como se comemorasse um gol. Alguns minutos mais tarde, Amarilis Macedo se assustou, em uma das salas do Solar Grandjean de Montigny, ao saber que o poema Armadilha havia ganhado o primeiro lugar da modalidade. No centro de uma roda formada por admiradores, o professor, poeta, contista e tradutor Paulo Henriques Britto aplaudia a comemoração dos alunos da PUC-Rio. Aos vencedores, no fim da tarde da quinta-feira, 22, foram dados um kit com livros, e a chance de participar de uma antologia, que reúne os textos premiados em dez anos de competição.

Para analisar os textos enviados, foi formado um júri técnico composto por professores do Departamento de Letras – o prêmio é uma iniciativa do grupo PET Letras - e profissionais da área. O júri se dividiu em duas comissões, uma para prosa e outra para a análise dos poemas. Os jurados concederam quatro menções honrosas para textos em prosa, e uma foi destinada aos competidores do quesito poesia.

Antes do início da entrega das premiações, o microfone esteve aberto para que o público declamasse poesias, cantasse ou lesse crônicas ou contos. Entre o anúncio dos ganhadores, os participantes foram brindados com um show intimista da cantora e compositora Paula Lom, ex-estudante da Universidade, que se sentou no chão para entoar, além de composições próprias, hits de novos artistas da MPB, como Tulipa Ruiz e Duda Beat.

Idealizador da plataforma on-line sobre literatura contemporânea, Resenha de Bolso, o estudante de jornalismo Mateus Baldi contou que a ideia de escrever De cair a chuva surgiu a partir de uma situação cotidiana.

- Eu estava conversando de madrugada com uma amiga, e ela se despediu, porque ia correr de manhã. Era meio absurdo, porque estava chovendo muito e não fazia sentido, mas ela disse que corria na chuva, sim, e gostava de correr na neblina da praia de Icaraí. Ela é de Niterói, e eu fiquei fascinado pela imagem.

O vencedor Mateus Baldi falou sobre o que o levou a escrever De cair a chuva. Foto: Amanda Dutra

O escritor disse, ainda, que o texto surgiu de maneira natural e comentou que buscou falar sobre temas como maternidade, culpa e crises conjugais.

- O conto tem dois eixos: a personagem principal, Karen, saindo para correr, e a corrida propriamente dita. A segunda parte é um único parágrafo de quatro páginas. O conto foi escrito em menos de uma hora, eu só deixei o fluxo da Karen vir – explicou.

De acordo com o homenageado da tarde, Paulo Henriques Britto, autor de sete livros de poemas e um de contos, houve uma mudança sensível nas últimas edições do prêmio, que procurou alcançar um público maior e mais diversificado para as inscrições.

- É sempre muito bom ver os jovens se interessando por literatura. Mas houve uma mudança nos últimos anos. O prêmio ficava muito restrito ao próprio Departamento de Letras. Recentemente, tivemos um menino que estudava Matemática ganhando.

           

Premiação:

Prosa

1º lugar: De cair a chuva, Mateus Baldi

2º lugar: Um risco vermelho no cinza, Eduardo Forlán

3º lugar: Gengibre faz bem à garganta, Lucas de Oliveira

 

Poesia

1º lugar: Armadilha, Amarilis de Macedo

2º lugar: Estrelas binares, Maria Cecília Brandi

3º lugar: Solstício, Erick Moraes

Menções honrosas

Prosa

Expresso Brasil, Luma Rodrigues

Soma, Mateus Lima

Poesia

Variação Cabralina nº1, Jorge Lima

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