A 2018 Production and Operations Management Society (POMS) International Conference in Rio começou nessa segunda-feira, 10, e este ano tem como sede o campus da PUC-Rio. Com o tema Operations Management for Social Good, a conferência visa discutir a relação do bem-estar social com estratégias de operação, tecnologia e sustentabilidade. Promovido pelo POMS Caribbean & Latin American Chapter, o congresso vai até do dia 12 de desembro e é voltado para profissionais, alunos e professores da área de administração, engenharia de produção e logística.
A presidente da POMS Caribbean & Latin American Chapter e professora do Departamento de Engenharia Industrial, Adriana Leiras, foi a organizadora principal do encontro. Ela explicou que a escolha do Rio de Janeiro para receber a conferência foi motivada pelo caráter turístico da cidade, já que a intenção era atrair profissionais de diferentes lugares.
-A POMS é a sociedade americana de gestão de operações e, na América Latina, há mais de dez anos que não temos uma reunião. Essa conferência é justamente para a retomada do chapter na América Latina. A ideia é que possamos realizar bianualmente aqui. A escolha do Rio de Janeiro foi unânime. Por ser uma cidade turística, é muito atrativo para pessoas de outros lugares, e conseguimos atrair mais de cem pessoas de 12 países.
A internacionalização de pesquisas feitas pelos alunos da PUC-Rio, a inclusão da Universidade no meio acadêmico mundial e o debate de temas atuais como a gestão e implementação de artifícios sustentáveis na sociedade foram alguns dos pontos destacados pela professora sobre a importância de sediar a POMS.
- A ideia de trazer essa conferência é se integrar das pesquisas que estão sendo feitas mundialmente. É importante, também, para a internacionalização da PUC, para a nossa Universidade e para as nossas pesquisas serem conhecidas e respeitadas em outros países e em outras sociedades. E é importante, claro, discutir sustentabilidade e bem-estar social no ambiente acadêmico, porque o futuro está aqui. É nossa forma de tentar impactar o que está por vir.
A abertura do encontro contou com a presença do Vice-Reitor da PUC-Rio, padre Álvaro Mendonça Pimentel, S.J, do vice-presidente do POMS da América Latina e professor da Universidade de São Paulo, Hugo Tsugunobu, do diretor do Departamento de Engenharia Industrial da PUC-Rio, professor Luiz Felipe Scavarda, e da presidente do POMS Caribbean & Latin American Chapter e professora do Departamento de Engenharia Industrial, Adriana Leiras.
Padre Álvaro Mendonça relembrou o propósito do congresso de buscar por soluções que melhorem a vida das pessoas em sociedade. Ele também ressaltou a importância de estudos na área de operações e logística para solucionar problemas humanitários de um mundo no qual a tecnologia e populações com necessidades básicas coexistem.
- O tema Operations Management for Social Good reflete a busca por uma sociedade melhor. Abordar temas como cuidados com a saúde, inteligência artificial, inovações, suprimentos nos mostra o desafio que a POMS 2018 vai enfrentar. Mas também mostra o poder e a influência que as operações e a administração têm atualmente na sociedade. A busca pela eficiência contribui pelo bem-estar das pessoas. É nesse momento que devemos deixar claro nossos valores humanitários.
A plenária do dia 10 foi apresentada pelo professor Jose Holguin-Veras, da Rensselaer Polytechnic Institute (New York), que explicou a relação da tecnologia e da rapidez com o deslocamento urbano. Ele mostrou pesquisas realizadas nas cidades de Nova Iorque, São Paulo e Bogotá como exemplos de grandes cidades que investem cada vez mais em pesquisas e em alternativas, como metrôs, mas ainda têm problemas sérios de mobilidade. Questões como trânsito, emissão de gases poluentes e transporte coletivo foram citadas por Jose como uma problemática que não evolve apenas tecnologia e investimento, mas também uma mudança de cultura.
- Nas metrópoles e centros urbanos, o trânsito é um problema típico. E, quase sempre, demora mais tempo de um local para outro do que realmente demoraria se não fosse o congestionamento. Dados indicam que, nesses trajetos, a emissão de gás carbônico triplica. Então caímos no bom e velho incentivo ao uso do transporte coletivo. Mas além do investimento em frotas, em conforto e rotas, é necessário mudar o comportamento. Motoristas que não seguem as indicações de trânsito e usuários que desrespeitam o veículo, por exemplo. Então a melhora tem que ser suficiente boa para fazer as pessoas deixarem seus carros em casa.