Ao mestre, com carinho
05/04/2019 18:43
Ana Carolina Moraes

Abertura do Ano Letivo do Departamento de Comunicação prestou homenagem ao professor Miguel Pereira, descrito pelos presentes como um homem bondoso, reconciliador e apaixonado pela profissão

O lançamento da revista Miguel é anunciado durante homenagem ao ex-coordenador do Comunicar. Foto: Bia Cortes

O Departamento de Comunicação Social promoveu a abertura oficial do ano letivo com uma homenagem ao professor Miguel Pereira, ex-coordenador do Comunicar, que morreu no dia 4 de fevereiro. O Reitor da Universidade, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., e os professores Leonel Aguiar, Ney Costa e Silvio Tendler, do Departamento de Comunicação Social, conduziram o encontro. Na ocasião, também foi anunciado o lançamento da revista Miguel, que será voltada para publicações de monografias e artigos acadêmicos dos alunos de graduação.

Além de discursos sobre quem foi o professor Miguel e a influência que ele teve no Departamento de Comunicação, foi exibido um filme de 12 minutos com trechos de entrevistas, palestras, e narrações do professor, produzido pelo professor Ney Costa. O Reitor fez alguns questionamentos sobre os desafios atuais da profissão de comunicador, entre eles, como pensar a comunicação de forma ética e transparente. Padre Josafá recordou as qualidades do professor Miguel e frisou o benefício que o Departamento teria ao praticá-las no dia a dia, o que ajudaria na caminhada em busca de uma comunicação mais eficiente.

- É necessário expressar a nossa gratidão por tudo aquilo que o nosso querido professor Miguel fez pela PUC-Rio. Ele foi alguém que assumiu existencialmente o lema do nosso brasão, alis grave nil (com asas nada é pesado), como parte da sua vida e, por isso, deixa uma marca profunda na história da nossa instituição. É importante guardar na memória os traços de sua personalidade: a bondade, o caráter reconciliador, a afirmação da fé, o senso de humor inteligente, a capacidade de navegar em águas tranquilas ou agitadas com tranquilidade e, por último, sua determinação e amor pelo que fazia.

O Reitor, Padre Josafá, fala sobre as qualidades do professor Miguel Pereira. Foto: Bia Cortes

O diretor do Departamento de Comunicação Social, professor Leonel Azevedo de Aguiar, fez um resumo da trajetória profissional de Miguel, que trabalhou como crítico de cinema no jornal O Globo de 1966 até 1983. Ele afirmou que as resenhas escritas pelo professor são uma excelente contribuição para o cinema.

A influência de Miguel Pereira na Universidade também foi lembrada pelo professor Ney Costa. Ele ressaltou que o cineasta teve papel fundamental na criação do curso Cinema: Criação e Pensamento, oferecido pela Coordenação Central de Extensão (CCE) para jovens e adultos de comunidades. Foi Miguel o responsável pela escolha do nome do curso.

- Em um tempo em que convivemos com a soma dos fundamentalismos e da intolerância, é um privilégio ser contemporâneo de alguém que dedicou a sua vida a compartilhar, através do cinema, a crença e os valores que fazem do magistério um serviço, um cuidado com o outro, e a confiança em que podemos, nós e o mundo, sermos melhores. Essa é a sua trajetória, e homenageá-lo é também homenagear os valores que compartilhou conosco. A Miguel Pereira, mestre de todos nós, nossa gratidão eterna.

Em 43 anos de PUC-Rio, Miguel ocupou diversos cargos no Departamento de Comunicação: diretor do Departamento, coordenador da Pós-Graduação e coordenador do curso de Cinema. O professor Silvio Tendler atribuiu a paz e a união do Departamento à gestão de Miguel Pereira. Segundo ele, a reforma do currículo do curso de Comunicação, em 1978, sob comando do cineasta, foi o primeiro passo para viabilizar a criação do curso de Cinema, em 2005, período em que Miguel desempenhou novamente o papel de diretor do Departamento.

- O Miguel era um furacão que fazia coisas o tempo todo de forma aglutinadora. A formatação do curso de Comunicação tornou possível o curso de Cinema, que está todo montado dentro da visão do Miguel do que é essa arte, que faz pensar, que faz questionar. Ele foi fundamental na organização do cinema brasileiro, e até do cinema latino americano. Ele foi um mestre, um formatador, e eu não vou me alongar muito, pois depois dessa Aula Magna, que o próprio Miguel Pereira deu através do filme do Ney, eu acho que esse encontro valeu a pena.

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