Estudantes apresentam projetos em universidade da Colômbia
13/05/2019 18:45
Juan Pablo Rey

Os trabalhos foram desenvolvidos no último semestre e apresentados durante encontro do programa Students 4 Change, em Bogotá

Delegação da PUC-Rio que foi a Bogotá. Foto: Studens 4 Change

Quatro alunos da PUC-Rio foram convidados a apresentar projetos de empreendedorismo social na universidade Uniminuto, em Bogotá, entre os dias 8 e 10 de abril. Os estudantes passaram por uma seletiva e foram escolhidos para representar a Universidade no encontro promovido pelo projeto Students 4 Change, âmbito do programa Erasmus Plus, que a PUC-Rio participa desde 2016.

Uma parceria entre 15 universidades, o projeto reúne cinco instituições europeias e dez latino-americanas, que visam aprofundar a questão da inovação social na América Latina utilizando-se dos marcos teóricos e metodológicos das várias faculdades participantes. Segundo a coordenadora do projeto na PUC-Rio, professora Magda Pischetola, as instituições fizeram um intercâmbio, trocando conhecimentos sobre o tema.

- As disciplinas em que as estratégias didáticas foram implementadas eram das universidades da América Latina. É como se as dez universidades fossem receber uma formação das cinco europeias e, depois disso, aplicassem vendo quais os impactos e desdobramentos. Os alunos, não necessariamente um de cada disciplina, foram escolhidos pelos professores de cada universidade. No total, 50 alunos participaram do evento – explica Magda.

A professora Ruth Melo e a coordenadora do projeto na PUC-Rio Magda Pischetola. Foto: Amanda Dutra

Cinco professores de cada instituição participante fizeram previamente cursos e aplicaram as estratégias aprendidas em suas disciplinas, chamadas de curso piloto, ao longo do semestre 2018.2. Uma dessas matérias, lecionada pela professora Ruth Mello, foi indicada finalista do prêmio ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, que reconhece práticas de ensino que contribuam para o alcance desses objetivos.

Além dos alunos e da professora Ruth, o professor Luis Felipe Carvalho, da Escola de Negócios da PUC-Rio (IAG), e a pós-graduanda Mariana Brunelli, que auxiliou nos trabalhos, representaram a Universidade. A estudante Marina Mahfuz apresentou o projeto de apoio à comunicação da ONG RUAS, que fez consultoria dentro da organização para solucionar alguns dos problemas apontados pela entidade.

- Foi incrível. O foco deles não era o nosso projeto e sim o que aprendemos com ele. Na minha apresentação frisei isso, que apesar de termos aprendido várias coisas legais, o que mais ficou para nós e para o RUAS foi essa troca, esse lado humano que elaboramos – destaca Mahfuz.

Outro projeto apresentado pela PUC-Rio foi o CUL.TUA (instagram: @cul.tua), do aluno Edson Henriques. A iniciativa busca dar visibilidade e representatividade às minorias sociais, como negros, mulheres e LGBT+. A marca colaborativa joga artistas e pequenos empreendedores no mercado como uma forma de vender e divulgar o trabalho e os produtos, além de organizar eventos e conversas de forma cultural-informativa em relação às causas defendidas.

- Foi ótimo, principalmente por vermos que diversos países têm os mesmos problemas sociais e pautas que enfrentamos. Isso é triste por um lado, mas dá uma força para continuar lutando porque não estamos sozinhos. Nossa marca gera lucro, os artistas recebem pelas produções, mas não queremos só o lucro, queremos atingir o social e ter um impacto direto na sociedade – observou.

Alunos representaram a PUC-Rio na Colômbia. Foto: Arquivo Ruth Mello

 

O aluno Yago Souza mostrou o projeto Memorabilia, que consiste em um conjunto de peças e um livro de atividades voltado para aulas de literatura do ensino fundamental, em que o adolescente pode construir o cenário e visualizar todo o conteúdo dado. Trata-se de uma forma de aprender a estrutura narrativa na prática. Souza contou que como o prazo para realizar o projeto era curto, resolveu dar suporte à ideia em andamento de uma colega de curso que lhe chamou atenção. 

- Como o tempo para planejar era de apenas quatro semanas, pensamos que para um projeto de impacto social de qualidade seria um período curto. Procuramos um projeto que já estava rodando para dar algum tipo de apoio, de aporte. Nisso, uma colega nossa de design estava fazendo o TCC e ficamos apaixonados pelo projeto dela, propondo uma parceria para ver no que poderíamos atuar. Entregamos para ela um vídeo institucional, ajudamos a construir a identidade visual e o nome do projeto.

Já a aluna Barbara Herrera fez uma exposição do projeto voltado à visibilidade do Centro de Vida Independente do Rio de Janeiro (CVI-Rio), associação sem fins lucrativos localizada na PUC-Rio que visa à inclusão e o fortalecimento de pessoas com deficiência na sociedade. O grupo de Herrerra identificou que alguns dos problemas do CVI eram resultado da baixa visibilidade da iniciativa, e, a partir daí, coube a cada integrante do grupo encontrar uma solução para os problemas do centro.

- Cada um criou uma atividade que desenvolvemos ao longo do semestre, como ajudar no evento de 30 anos deles, a mudança da cara da CVI-Rio, com a pintura externa da logomarca para que as pessoas pudessem identificar onde estão localizados. Outra coisa que fizemos foi a inscrição no Google Ad Grants, um programa do Google que oferece verba para publicidade de instituições sem fins lucrativos. Nesse próximo semestre faremos a captação de voluntários, passando nas salas, principalmente de primeiro período, oferecendo vagas valendo horário complementar.

A última etapa do programa Students 4 Change será realizada em Monterrey, no México, onde os professores vão se reunir para avaliar o processo, os resultados e planejar futuras atividades. Magda acredita que projetos como esse, além de cumprir com objetivos acadêmicos e de ensino, mostram ao mundo os estudos produzidos na América Latina.

- As universidades europeias trouxeram um fortalecimento das relações, inclusive um empoderamento, questão das universidades se perceberem como lugar na inovação social e entenderem que o que existe já é muito e pode ser aproveitado. Além disso, tem uma transformação da visão do que acontece na América Latina, já que há pouca visibilidade por uma questão de língua, de comunicação e até mesmo por estarmos muito longe.

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