Marcas de uma cidade maravilhosa
11/10/2019 11:36
Nathalie Hanna Georges

Profissionais apresentam um formato moderno para o primeiro museu virtual do Rio de Janeiro

Galeria do Rio Memórias: Rio Desaparecido e Rio de Sons. Acervo: Rio Memórias 


Com um novo visual e uma proposta inovadora para o mercado, o Rio Memórias é o primeiro museu virtual do Rio de Janeiro (riomemorias.com.br) e tem o objetivo de contar a trajetória da cidade. A ideia do museu é que cada visitante faça uma ligação e construa uma narrativa a partir de fatos passados, sem seguir uma ordem cronológica. A idealizadora do projeto, Lívia Baião, o coordenador de pesquisa, professor Antônio Edmilson Martins Rodrigues, do Departamento de História, e o integrante do coletivo Poetas Vivos Gabriel dos Santos apresentaram o projeto no dia 27 de setembro. 

Lívia explicou que a ideia de criar um acervo do Rio nasceu com uma visita ao Memorial de Minas, que retrata a cultura mineira e faz com que os visitantes conheçam um pouco sobre a história da cidade. Ela apontou o que faltava no Rio um espaço dedicado a contar a jornada e os acontecimentos da ex-capital do país. Com isso, o projeto começou a ser planejado e, em 2017, foi lançado uma plataforma destinada a lembrar a memória do Rio.

– Para contar essa história, nós queremos que as pessoas se apropriem do passado da cidade e façam uma reflexão sobre ele. É trazer o passado para o presente e mexer com o coração do carioca. O intuito do projeto é fazer se conectar, de uma forma diferente, com a cidade.

O museu virtual tem duas galerias principais: o Rio de Sons, que retrata não só as músicas e os gêneros que nasceram no Rio, mas também sons da cidade, como, por exemplo, um vendedor ambulante de mate na praia. Há também o Rio Desaparecido, que conta a história de lugares que não existem mais, como o cinema Olinda, na Tijuca, ou as salas da Cinelândia. Lívia revelou que a opção de nomear os ícones de galerias foi para fazer uma ligação com as seções dos museus físicos. E todo o conteúdo deste portal também pode ser acessível em Libras.

 

Uma das exposições do Rio Desaparecido: O Rio que se move. Acervo: Site do Rio Memórias

Rodrigues foi um dos responsáveis pela pesquisa com o Projeto República, de Minas Gerais. Segundo ele, o estudo tem como objetivo apresentar o significado das marcas da cidade, e o maior desafio é oferecer uma linguagem visual que atinja todas as pessoas. O envolvimento com o projeto foi muito significante, e o aprendizado com as pesquisas foi imediato, destacou Martins.

– O propósito disso tudo é trazer a alma para fora e expô-la na cidade. É a memória do Rio. É a memória que permite você pensar sobre o seu lugar aqui, quem você era nesta cidade. Esse tipo de pensamento que queremos passar, com o intuito de introduzir a cidade de uma forma diferente.

Gabriel dos Santos começou no mundo da escrita por meio da música com apenas 12 anos de idade. Hoje, aos 18, com o pseudônimo de Mauí, ele é um poeta de slam – tipo de batalha de versos – e, por isso, participou do encontro organizado pela equipe do Rio Memórias. Na palestra, ele explicou sobre a origem do slam, estilo criado em 1980 nos Estados Unidos na mesma época que o hip hop e retrata a representação da periferia em forma de batalha.

–  O slam é uma forma de se manifestar, de se expressar. Ele começou fora do país, mas se tornou parte da cultura do Rio. O grito é um canalizador de energia, nada acontece sem ele. Nós gritamos para nos libertarmos.

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