Os projetos desenvolvidos por alunos de design e a relevância da animação foram os assuntos abordados no workshop Animação, um novo conceito do Design, que ocorreu no dia 13 de novembro. A professora e supervisora do Departamento de Artes & Design Claudia Bolshaw ministrou a atividade.
Claudia explicou que os alunos desejavam que técnica de animação fosse reconhecida como parte do Design. Segundo a professora, os estudantes a procuraram com a ideia de produzir um festival para demonstrar à Universidade o interesse estudantil em aprender esse processo de trabalhar imagens. Para ela, a divergência sobre a importância da metodologia promoveu a criação dos projetos.
– Quando quatro pessoas fizeram o Anim!Arte e mobilizaram o departamento, a ponto de os alunos não terem aula por três dias, a direção se mobilizou e perguntou o que queríamos. Isso foi uma conquista totalmente dos estudantes.
A supervisora revelou que o festival se estendeu para fora da PUC com a graduação do criador do Anim!Arte. De acordo com Claudia, foi necessário pensar um novo nome para o projeto estudantil. Ela contou que, como o festival e as mesas de luz – projeto desenvolvido por uma aluna - saíram da Universidade, não sobraria nada. Assim, contou, surgiu o Núcleo de Arte Digital e Animação da PUC-Rio (N.A.D.A/PUC-Rio).
Segundo a professora, as novas técnicas e animações que os alunos aprendem e utilizam são importantes para trazer mais riqueza para o Núcleo. Claudia comentou sobre os estudantes que ganharam prêmios, mas não trabalham com a técnica. Para ela, é possível se apropriar da linguagem da animação e não utilizar o processo.
A professora revelou que, quando o autor não entende o poder de venda e lucro dos personagens, a empresa assume o controle dos produtos. A professora frisou que a animação e a ilustração estão conectadas. De acordo com ela, a pessoa deve publicar, nomear e descrever o boneco nas redes sociais, com o objetivo de o inventor ser reconhecido no mercado.
A supervisora destacou que o N.A.D.A realizou projetos com museus, como o Museu Nacional e o Museu Villa-Lobos. Ela elogiou o trabalho com as instituições, pois os profissionais desses locais entendem a importância das pesquisas, enquanto os clientes das empresas, algumas vezes, consideram que a pré-produção é perda de tempo. Para Claudia, o grande segredo dos prêmios do Núcleo é a preparação antes de produzir os projetos. No caso do Museu Villa-Lobos, por exemplo, a equipe do N.A.D.A produziu oito animações para representar os temas presentes na peça O Carnaval das Crianças Brasileiras, do maestro Heitor Villa-Lobos,
– No projeto do Museu Villa-Lobos, eles estabeleceram um prazo de quatro meses para elaborar e finalizar o projeto. Não tínhamos nenhuma referência de Villa-Lobos, e ninguém da equipe entendia de Carnaval, então, iniciamos sem saber como formatar oito filmes. Começamos a pegar diversas referências e observações do compositor e de Di Cavalcanti para criar os personagens.
Segundo a professora, o briefing foi derivado de documentos antigos e de conversas com as diretoras do museu. Claudia reconheceu que os estudos de figurino desenhados por Di Cavalcanti para O Carnaval das Crianças apresentavam referências europeias, então era necessário adaptar a criação para um estilo mais brasileiro. Ela completou que a equipe se baseou no Carnaval da Pimpolhos da Grande Rio, que homenageou Villa-Lobos. A junção dessas ideias ajudou os designers a chegar a um conceito.
Claudia definiu o desenho como uma reflexão da maneira de comunicar a ideia do autor. De acordo com a professora, o virtuosismo não é necessário para desenhar, pois ele apenas ajuda a entender a animação. Para ela, a técnica de animar vai para além do desenho.