Com a chegada do inverno, muitos moradores em situação de rua não têm como se prevenir contra o frio. Atentos a estas circunstâncias, um grupo de nove jovens universitários, com ajuda oficial do Fluminense F.C., planejaram a campanha Paixão que aquece, com o objetivo de arrecadar agasalhos. De acordo com os organizadores, as entregas são feitas na sede do time de futebol, em Laranjeiras, e a ação ocorrerá até o dia 21 de julho, data simbólica por ser o dia do aniversário do clube.
A iniciativa surgiu por meio da instituição, com a ideia de fazer um projeto social 100% liderado por jovens. Aluno de direito da PUC-Rio, Enzo Curado, de 20 anos, conta que a equipe é formada por pessoas de cursos distintos e isto facilita o desenvolvimento do trabalho. O time de jovens, destaca Curado, já queria arrecadar doações quando a oportunidade apareceu de forma inusitada para eles.
– O Fluminense queria fazer essa ação e nós, por termos contato com as pessoas do clube, soubemos disso e foi um casamento. Já tínhamos uma ideia de fazer algo parecido e acabou sendo a oportunidade perfeita. Todos nós somos amigos e parceiros de Maracanã, temos uma sintonia muito boa. A equipe é formada por pessoas de vários ramos, com visões diferentes, e isso enriquece o trabalho. Nós temos feito um serviço organizado como um time e todo mundo se ajuda.
Desde o slogan até os mínimos detalhes, a preparação que os torcedores tiveram para montar a campanha durou três semanas. Eles encararam a autonomia de liderança com reuniões semanais realizadas on-line e todos os tipos de estudos sobre projetos e redes sociais. A estudante de publicidade da PUC-Rio Isadora Monteiro, de 20 anos, diz que estes fatores foram essenciais para eles se organizarem e terem o brainstorming que necessitavam para complementar a proposta.
– Nós estamos aprendendo muito com esta ação. Foram semanas de bastante trabalho, e isso ainda continua porque ter engajamento é necessário. Desde que fomos recrutados, nós tínhamos a consciência de que não podíamos demorar muito, visto que a distribuição dos agasalhos deve ser feita o mais rápido possível por estarmos no inverno. Apesar de sermos tricolores, nós também estamos convocando pessoas que torcem para outros times. É super importante não existir clubismo, porque esta arrecadação é para um bem maior, e o que importa agora é a solidariedade.
Mesmo em período de isolamento social por causa da pandemia do novo coronavírus, a aluna de psicologia da UFRRJ Isabela Rotstein, de 20 anos, explica que as medidas de segurança serão devidamente tomadas. Ela afirma que a situação não pode ser ignorada, e tudo será feito com todo o cuidado possível, com o uso higiênico na hora da coleta e da distribuição.
– Nós levamos o cenário atual muito a sério desde o início, uma das principais questões para a gente é operacionalizar esta campanha seguindo as normas de segurança por conta da Covid-19. O uso de máscaras e a regra de distanciamento social são obrigatórios na hora das doações feitas no clube do Fluminense, e essas mesmas regras serão aplicadas na entrega dos agasalhos – ressalta.
A estudante de Medicina da UERJ Juliana Poggi, de 20 anos, relata que é muito gratificante fazer parte de uma obra como esta. Juliana frisa que atos solidários são particularmente significativos para ela, e a contribuição que o grupo e o Fluminense fazem é satisfatório. O propósito da futura médica é ver um resultado positivo com as contribuições e poder ajudar a maior quantidade de indivíduos.
– Fico satisfeita por poder fazer um uso tão bom do meu tempo útil na quarentena. Ações solidárias sempre foram importantes para mim, faz sentido que neste momento eu esteja envolvida. O que eu mais desejo é que a campanha seja um grande sucesso, e que possamos conseguir muitas doações, que serão bem aproveitadas por várias pessoas.