Combate ao vírus se faz também com solidariedade
10/07/2020 21:30
Nathalie Hanna Georges

Pessoas que conectam você a iniciativas na luta contra a Covid-19

Cestas básicas separadas nos Pilotis da PUC-Rio. Foto: Acervo Pessoal

A pandemia do coronavírus incentivou atos de solidariedade em diversos setores da sociedade, inclusive da PUC-Rio. São ações que nasceram com o objetivo de ajudar cidadãos que enfrentam problemas como a pobreza, falta de alimentos básicos e não têm água ou itens de higiene, essenciais para evitar a contaminação. Atentas a este cenário, a Universidade e a Arquidiocese do Rio de Janeiro organizaram uma campanha de doações para serem distribuídas em paróquias de comunidades mais pobres da cidade.

 

A Universidade está com pontos de coleta no campus da Gávea para receber doações de alimentos não perecíveis, produtos de limpeza e higiene, que serão repassados para famílias pobres afetadas pela crise provocada pela Covid-19. Mas para aqueles que não podem se deslocar para entregar a doação, é possível depositar dinheiro em uma conta da Cáritas Arquidiocesana.

 

Além disso, por meio da Vice-Reitoria para Assuntos Comunitários, a instituição criou um fundo para arrecadar valores para a compra de cartões de alimentação. Eles serão distribuídos igualmente entre os alunos atendidos pelo Fundo Emergencial de Solidariedade da PUC-Rio (FESP).

 

Da mesma forma, a Pastoral Universitária Anchieta e o Departamento de Teologia estão engajados na campanha Juntos, que reúne outros três grupos - o Grupo Bom Samaritano; Rio Eu Amo Eu Cuido; Move Rio – com o objetivo de auxiliar de forma contínua até o término da pandemia. 

 

Funcionário do Departamento de Teologia, Rodrigo Policeno conta que o processo de doações é feito em três partes: primeiro, o organizadores da ação recebem os materiais; logo após, as cestas básicas são montadas; e, por último, elas são direcionadas às famílias carentes. Segundo Policeno, a movimento já beneficiou 33 comunidades, e a intenção dos envolvidos no projeto é continuar com o apoio para as pessoas.


– A proposta nasceu a partir do desejo de pessoas diferentes, mas todas com o mesmo intuito: auxiliar quem precisa neste instante. Por isso foi feita esta parceria, é hora de sermos solidários. A ideia é manter a ajuda para as famílias já contempladas e aumentar este número até onde conseguirmos. 

 

Uma das coordenadoras do projeto, Ana Lycia Gayoso diz que as doações crescem a cada semana e, até o momento, o Juntos conseguiu montar 5.670 cestas básicas; assistiu 2.885 famílias; somou 64,10 toneladas de alimentos e arrecadou R$ 605.691,55. Ela ressalta que as entregas são feitas de forma cautelosa, e a iniciativa não tem tempo estipulado.


– Nós não sabemos até quando vai durar toda essa situação, mas temos a consciência de que, enquanto o atual contexto perdurar, nós vamos continuar ajudando essas famílias. Pela segurança de todos, a gente não consegue fazer as entregas e ver todo o trajeto pessoalmente por conta dos riscos de contaminação. Evitamos ter contato e sempre informamos as comunidades beneficiadas para tomar as medidas certas sobre as aglomerações.

 

As cestas básicas doadas pela campanha Juntos. Foto: Acervo Pessoal

O Presidente da AFPUC Davison Coutinho ressalta que, com o DCE, a APG e o Sindicato de Trabalhadores da PUC, foi decidido realizar ações para contribuir com os trabalhadores terceirizados e bolsistas da Universidade. Segundo ele, o objetivo é arrecadar R$ 30 mil por meio de uma vaquinha virtual – batizado de Fundo Emergencial, Trabalhador, Bolsista contra a Fome -, para poder beneficiar 300 famílias. Coutinho comenta que o motivo da campanha surgiu pelo impacto gerado nessas pessoas por causa da Covid-19 e a dificuldade que elas têm em manter as despesas de alimentação.

 

– Estamos vendo o que pode ser feito para minimizar os impactos na vida das pessoas. Vimos que existe uma dificuldade grande por parte de bolsistas e funcionários, principalmente quem é terceirizado das empresas de limpeza. Com a pandemia, este momento em casa exige muito mais despesas para sustentar a família com alimentação, queremos diminuir isso. A união é importante nestes tempos.

 

Cestas básicas pera a periferia

Os universitários também entraram nesta corrente solidária. De acordo com o vice-presidente do Centro Acadêmico de Administração, Gustavo Schaimberg, 16 chapas dos diretórios estudantis da PUC-Rio adotaram medidas de contribuição. Segundo Schaimberg, eles começaram uma campanha de doação com a ONG Viva Rio, responsável pela iniciativa SOS Favela. O estudante de administração ressalta que o dinheiro conquistado será revertido em cestas básicas, com o intuito de apoiar aqueles que moram em periferias. 

– Pensamos em maneiras de como poderíamos contribuir contra a fome durante a pandemia e organizamos esta ação. Acho que o trabalho da ONG é muito bem feito e de ótima índole, por isso a parceria com a Viva Rio, que já ajuda mais de 200 comunidades com o SOS Favela. O coronavírus realmente começou a afetá-los, e agora, mais do que nunca, eles necessitam da nossa ajuda.

 

Integrante do DCE, a estudante de Geografia Monica Rocha afirma que o Centro Estudantil, em parceria com as atléticas da PUC-Rio, organizou uma vaquinha on-line para dar apoio aos trabalhadores dos estabelecimentos na entrada da Universidade. Ela destaca que foram angariados R$8.088,01 para o Nei Matte; o quiosque da empresa de ônibus 1001; o vendedor de bolos Haroldo Soares; a banca de jornal e as 21 barraquinhas azuis instaladas na Avenida Padre Leonel Franca.

 

Dona da tenda de salgados há mais de 20 anos, Denise Martins explica que não esperava ter que enfrentar um cenário de pandemia. A vendedora confessa que passa dificuldade para pagar as contas e, para ela, é angustiante viver sem a única fonte de renda. Denise revela que ficou muito feliz com o gesto dos universitários e sente falta da rotina que tinha de segunda a sexta-feira.

 

– Fico emocionada em ver os alunos tentando nos ajudar. Eu chegava às 11h30 e saia às 22h, mas este fator não me incomodava porque eu estava feliz com o convívio dos estudantes. Sinto saudades do meu dia a dia e do calor humano dos clientes, que nos abraçavam com toda felicidade. A pandemia está sendo bem complicada e admito que estamos bem tristes porque, para a maioria de nós, as barraquinhas eram nosso único emprego. Apesar disso, tenho fé de que tudo isso vai passar.

Os quiosques azuis da Avenida Padre Leonel Franca. Foto: Acervo Comunicar


Como ajudar

Os organizadores disponibilizaram links para contribuir com estas ações no combate a pandemia. Os dados do fundo de doações para alunos atendidos pelo FESP são: Banco Itaú.  Razão Social: Faculdades Católicas. CNPJ 33.555.921/0001-70. Agência 1108. Conta Corrente: 12978-2. Para ter acesso à conta Carítas Arquidiocesana basta acessar: https://bit.ly/2VS2WSg; para colaborar com a campanha Juntos, mais informações: http://juntoscontracovid.com.br/#donate e para ajudar os trabalhadores e bolsistas da PUC, clique em: http://vaka.me/1034874.

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