Integrações de sucesso
14/10/2020 18:01
Heloiza Batista

PUC HACK premia três equipes que apresentaram soluções inovadoras para a sociedade afetada pela pandemia

As três equipes vencedoras do PUC HACK apresentaram projetos para comunidades pobres, pessoas com deficiência e um programa para garantir medidas de proteção eficientes na área de ensino. O objetivo desta maratona, realizada 100% on-line entre os dias 25 e 28 de setembro, foi incentivar os alunos na criação de soluções para novas necessidades que surgiram por causa da pandemia da Covid-19.

O grupo Mapa Colaborativo garantiu o primeiro lugar com o projeto Favela Inteligente, um programa para integrar comunidades do Rio de Janeiro. Em segundo, ficou a equipe Hackatoners com a plataforma educativa EDU, para adaptação de aulas que possam atender às demandas de pessoas com deficiência. O grupo Archackton conquistou o terceiro lugar com o projeto ARCHFLEX, para o desenvolvimento de soluções especializadas com o objetivo de garantir o distanciamento social em instituições de ensino.  

O PUC HACK foi organizado pelo Instituto Gênesis e pelo Instituto Tecgraf e inspirado no modelo Hackathon, uma maratona de programadores para o desenvolvimento de soluções. Durante 48 horas, os participantes se dedicaram a pensar e resolver problemas, voltados para as áreas estipuladas pela organização:   Meio Ambiente, Comunidade, Educação, Arte, Cultura e Entretenimento e Campus da PUC.

A organizadora do PUC HACK e coordenadora de Projetos e Processos do Instituto Gênesis, Paula Araújo, ressaltou que a comissão do concurso foi formada por profissionais do Gênesis, do Tecgraf e pelo Vice-Reitor de Desenvolvimento, professor Sérgio Bruni, que ajudou a colocar em prática a iniciativa. Segundo ela, a ideia era manter a Universidade viva de alguma forma, movimentar os alunos e fazê-los interagir mesmo à distância. 

- Nossa missão foi estimular e trabalhar com os estudantes o empreendedorismo. Pensamos no calendário da PUC e decidimos realizar o PUC HACK no final do mês de setembro, para não coincidir com a época de provas da Universidade. Nos inspiramos no modelo hackathon, mas queríamos fazer o mais multidisciplinar possível, com alunos de diferentes departamentos. 

De acordo com a organizadora, o programa foi estruturado para que os participantes pudessem propor soluções de problemas que surgiram ou aumentaram por causa da pandemia. Ela explicou que as áreas temáticas foram estabelecidas por meio de rodas de conversas com professores e pesquisadores da PUC-Rio. Paula afirmou que foram 14 grupos inscritos, e a comissão organizadora selecionou dez para participar da maratona. Ela disse que a comissão julgadora avaliou critérios, como equipe, relevância, apresentação, criatividade e inovação e deu notas de 0 a 100 para definir os três primeiros lugares. 

Os trabalhos premiados

A equipe vencedora garantiu a participação no programa de pré-incubação do Gênesis, além de receber o prêmio de R$5 mil. O grupo Mapa Colaborativo apresentou o projeto Favela Inteligente, uma plataforma que, por meio de um mapa criado com a colaboração de redes comunitárias locais, integra as favelas na lógica das cidades inteligentes.

Aluna do Departamento de Geografia e Meio Ambiente, Leticia Rocha, de 26 anos, explicou que o projeto piloto foi pensado para a Vila Parque da Cidade, na Gávea, onde ela e Gabriella Gomes, de 26 anos, moram, uma vivência que foi importante para o grupo estabelecer as diretrizes do trabalho. Segundo Gabriella, que também estuda no Departamento de Geografia e Meio Ambiente, os participantes tinham os mesmos propósitos e uma conexão pré-estabelecida, ainda que em eixos diferentes.

- A equipe tem uma convicção de mostrar que o conhecimento que a gente adquire na Universidade não tem que ficar retido, o nosso foco é transpor o que aprendemos para o mundo. Enxergamos uma possibilidade de unir esses elos e construir um projeto que levasse resultados positivos para a nossa comunidade.   

Conrado Bassini, de 29 anos, ressaltou que em 2013 o Rio de Janeiro ganhou um prêmio de cidade inteligente e que as favelas não estavam inseridas neste planejamento. Para ele, o mapa desenvolvido pelo grupo poderia ser um primeiro passo para a inclusão. De acordo com Letícia, a desigualdade e a exclusão foram dois pontos abordados na pesquisa, pois a equipe não queria montar um projeto que excluísse alguém de dentro das comunidades. Ela disse que eles também pensaram em soluções para aqueles que não têm internet e que não são alfabetizados.

- A favela e a cidade não têm que ser diferentes, as comunidades precisam estar inseridas neste contexto. Tivemos muito cuidado com a questão dos moradores, do acesso à tecnologia, para não reproduzir o termo inteligente, que é a expressão da moda e que pode ser banalizada. Não queríamos isto para o nosso projeto, queremos uma favela inteligente de todas as formas, o mais inclusivo possível. Pensamos em soluções como impressão de moedas sociais e estações de cadastramento para os moradores. 

A equipe Hackatoners, que ficou em segundo lugar, recebeu o prêmio de R$3 mil, com o projeto EDU, uma plataforma educacional de adaptação do conteúdo de aula dos professores para atender às necessidades de alunos com algum tipo de deficiência. Segundo Antonia Murad, de 22 anos, a ideia foi juntar um grupo multidisciplinar para trabalhar em um projeto grande e que poderia mudar a vida de muita gente. Fernanda Cunha, de 26 anos, revelou que os integrantes do time decidiram o tema por meio de experiências pessoais.

- Não vivemos na pele como é ter uma deficiência, mas fomos atrás de conhecimento e informação. Percebemos que todos da equipe conheciam alguém que tinha alguma deficiência e passava por dificuldades, principalmente na pandemia. Decidimos abranger mais deficiências, como as intelectuais, auditivas e visuais. Identificamos algumas questões como a falta de informação e de como lidar com as dificuldades e com o preconceito.

A equipe Archackton ficou em terceiro lugar e recebeu R$ 2 mil com o projeto, voltado para o campus da PUC, para garantir um distanciamento social seguro na Universidade. Juliana Corrignan, de 43 anos, ressaltou que a equipe se conhecia por meio do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo, e que durante a pandemia eles começaram a pesquisar formas de adaptação dos espaços da PUC para um possível retorno das aulas. Tatiana Pines, de 20 anos, disse que o maior desafio foi apresentar um projeto físico em um momento em que tudo se tornou virtual. Ricardo Bayão, de 23 anos, comentou  que eles eram a única equipe que não entendia de programação e, por isso, se surpreenderam com a colocação do grupo.

- Nós somos estagiários do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo e acreditávamos que o PUC HACK fosse uma dinâmica longe da nossa área.  Durante o processo, percebemos que nós, como arquitetos, também poderíamos ser inseridos nesse meio, quebramos a ideia de ser algo exclusivo para pessoas da área da tecnologia e da programação.

As equipes vencedoras do PUC HACK são as seguintes:

Mapa Colaborativo: Carina Lima e Thais Barcellos, Arquitetura e Urbanismo; Conrado Bassini, Design; Gabriella Gomes e Letícia Rocha Geografia e Meio Ambiente; Marina Mahfuz, Comunicação Social.

Hackatoners: Antonia Murad, Engenharia de Nanotecnologia; Fernanda Cunha, Engenharia de Produção; Julia Bechara, Comunicação Social; Pedro Martins, Design e Rodrigo Veiga, Ciência da Computação.

Archackton: Eduarda Bond, Juliana Corrignan, Raphael Younes, Ricardo Bayão, e Tatiana Pines, Arquitetura e Urbanismo.

 

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