Ações de emergência para melhoria das favelas durante a pandemia
29/03/2021 18:51
Lorena Teixeira e Luanna Lino

Universidades e poder público se unem e comemoram lei que autoriza verba para  Plano de Enfrentamento ao coronavírus

Uma Chamada Pública para Apoio a ações Emergenciais de Enfrentamento à Covid-19 em Favelas do Rio de Janeiro foi realizada no dia 24 de março por videoconferência e transmitida pelo YouTube. O encontro teve a participação de articuladores de universidades e instituições federais e estaduais para discutir sobre as desigualdades que afetam o direito à saúde nos territórios de favelas e ampliam as vulnerabilidades no contexto da pandemia.

Articuladores presentes na chamada

O encontro celebrou a sanção da Lei 8972/20, de autoria da deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ),  que autorizou a transferência de até R$ 20 milhões do Fundo Especial da Assembleia Legislativa à Fundação Oswaldo Cruz  com o objetivo de desenvolver e implementar o Plano de Enfrentamento ao coronavírus (Covid-19).

A deputada declarou ser grata à ciência e às instituições de ensino e fez questão de ressaltar o empenho da PUC-Rio com todos os pesquisadores que contribuíram para este processo. Renata enfatizou que as pessoas mais atingidas pela Covid-19 são aquelas que são vítimas da desigualdade social, atingidas pela pobreza e situações de vulnerabilidade.

- O lançamento deste edital hoje traz um suspiro, uma possibilidade de respiro para aqueles que hoje lutam contra a Covid-19, em especial promovendo campanhas com relação à conscientização sobre a vacinação e também da prevenção do vírus -  declarou.

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, explicou  como a fundação se encaixa como um órgão facilitador no processo e abordou como as classes mais pobres impactam no desenrolar da pandemia. Ressaltou que a ação é emergencial e muito importante por conta da desigualdade social existente no país.

- Esta ação coletiva nos dá esperança de passar por tudo isso com os moradores das favelas. Estivemos unidos em outras frentes em torno da ideia de que vidas faveladas importam e o direito à segurança pública para todos os moradores.

Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), André Siciliano, destacou a importância de todos combaterem a pandemia, especialmente nas comunidades do Rio de Janeiro, que tanto necessitam de apoio. Ele declarou que o conselho está disposto a criar e a melhorar os recursos.  Após a declaração do presidente da Alerj, o coordenador executivo do Plano Fiocruz de Enfrentamento à Covid-19 nas Favelas, Richarlls Martins, convocou o presidente do Conselho de secretarias municipais de Saúde do Rio de Janeiro (COSEMS RJ), Rodrigo Oliveira, a se pronunciar sobre o projeto, e ele fez um alerta. 

- Se nós não estabelecermos ações não-farmacológicas de isolamento social, suporte, apoio estatal e de solidariedade no âmbito da comunidade para garantir que essas ações de isolamento social tenham aderência no conjunto da população não iremos conseguir vencer a expansão do vírus.

A reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires, comentou sobre o papel fundamental que a UFRJ teve com a comunidade científica e outras universidades como a PUC-Rio, UERJ e associações científicas que atuaram na construção desta ação.

O reitor da UERJ, Ricardo Lodi, mencionou as medidas de combate ao vírus e o papel da universidade estadual neste projeto. Ele comentou como o vírus afetou e mudou drasticamente as populações periféricas com a perda de renda e serviços públicos essenciais. E ainda ressaltou o quanto iniciativas de inclusão como esta são importantes.

Representante do Conselho Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (FAFERJ) e também da Federação das Associações de favelas e comunidades do estado do Rio de Janeiro, Eduardo Novais, obsevou que medidas de prevenção como o distanciamento social e higiene das mãos são impossíveis de serem feitas em comunidades  pobres, onde a questão do espaço é crítica.

- Como uma pessoa ou família que vive em um barraco de cômodo único vai fazer distanciamento? Como vão fazer para higienizar as mãos se não tem água na favela? Não existe isso - questionou.

 

 

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