Questões da Inteligência Artificial
08/04/2021 11:45
Giulia Matos e Victória Reis

Professora Dora Kaufman, da PUC-SP, aponta as diferenças do discurso da tecnologia na ficção e o uso dela na vida real em Aula Inaugural do Departamento de História

Professora Dora Kaufman, da PUC-SP, ministrou aula sobre Inteligência Artificial

A professora do Programa de Tecnologia e Inteligência Digital da PUC-SP, Dora Kaufman, ministrou, no dia 26 de março, a Aula Inaugural do Departamento de História. O tema abordado na videoconferência foi Inteligência Artificial: Utopia e Distopia, e contou com a mediação do Diretor do Departamento de História, professor Marcelo Jasmin. Pós-doutora no programa de Engenharia de Produção, Coppe - UFRJ, Dora falou sobre as características positivas e negativas das técnicas de Inteligência Artificial, que não param de crescer.

Segundo Dora, há duas barreiras que devem ser rompidas: a histórica divisão entre humanas e ciências exatas e a lacuna entre o conhecimento da tecnologia por parte dos desenvolvedores e reguladores. Ela destacou também a aceleração das vidas no mundo atual, acentuada com a pandemia da Covid-19, na qual tudo é colocado no ambiente digital e armazenado em uma big data.

- Nós tomamos decisões a partir de informações, e é assim que funciona a economia. O que é o novo é a quantidade de informações que estão disponíveis. Estes dados não servem para nada caso eu não tenha aparatos para extrair estas informações, estes dados. Daí entra a Inteligência Artificial, que responde a uma demanda, necessidade da sociedade.

Aula Inaugural foi realizada por videoconferência

Com graduação em Economia, mestrado e doutorado na área Comunicação, Dora trabalhou por mais de dez anos em instituições financeiras e, posteriormente passou a atuar em agências promocionais de marketing e comunicação. Ela analisou as diferenças entre a maneira como esta nova tecnologia é retratada em filmes de ficção e como é realmente aplicada na vida real. A Inteligência Artificial dos longas-metragens, de acordo com Dora, é aquela em que o artista possui liberdade de criação maior do que a de um cientista, com exageros. Já a correspondente à realidade é baseada em um modelo estatístico de probabilidade. A professora afirmou que esta discrepância é um desserviço ao modo como a IA é utilizada nos dias de hoje.

- O modelo atual recebe o nome de Weak AI. Ele não é considerado um agente moral, pois não tem consciência, apesar de realizar diferentes ações. Ele somente varre uma base de dados, identifica padrões e, com isso, prevê cenários futuros e a probabilidade de cada um deles acontecer. Já o que aparece em ficções é o Strong AI, cujos cenários não possuem indícios científicos de que vão acontecer.

Segundo a professora, o melhor jeito de avaliar um novo protótipo de IA é testar cada um desses moldes e, assim, o desenvolvedor aprovaria ou rejeitaria esta opção após analisar a taxa de erro ou de êxito.

- Pela pesquisa empírica, você aplica e compara os resultados do objeto que é estudado. Desse modo, o sucesso é medido pelo grau de assertividade, estatístico, para executar determinada tarefa. Se ele alcançar um resultado de grau maior do que o obtido em tentativas prévias, significa que está dando certo.

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