Olhar para o essencial
16/12/2022 17:22
Gabriel Meirelles e Giulia Matos

NOAP comemora quadragésimo aniversário de serviço a crianças e jovens

(Foto: Jorge Paulo Araujo)

O Núcleo de Orientação e Atendimento Psicopedagógico da PUC-Rio (NOAP) celebrou os 40 anos de atividade em cerimônia no Auditório do Centro Técnico Científico (CTC), no dia 12 de dezembro. O projeto, fundado em 1982, é um serviço da Vice-Reitoria Acadêmica, que estabelece vínculo com diversos departamentos da Universidade e começou com ações sociais voltadas para crianças de escolas municipais. Desde 2014, no entanto, voltou as atenções para o atendimento psicopedagógico dos estudantes universitários.

O Reitor da PUC-Rio, Padre Anderson Antonio Pedroso, S.J., disse que fez questão de estar presente na comemoração dos 40 anos do NOAP por conta da relação do Núcleo com a história, natureza, identidade e missão da Universidade. Ele lembrou dos trabalhos realizados com as crianças de escolas municipais. O Reitor ressaltou que é bonito saber que o bem realizado anos atrás àquelas crianças trouxe frutos para os adultos que muitos são hoje. Padre Anderson destacou a resiliência da PUC-Rio e ressaltou que um projeto como este é fundamental para dar fôlego às universidades, especialmente em momentos de dificuldades.

— Quando a gente está num momento assim, a gente precisa olhar para o essencial. O essencial são as pessoas. As pessoas enquanto sujeito, enquanto lugar de estabelecer a relação de serviço, as pessoas que aqui nós temos. No centro da PUC-Rio tem que estar os alunos, as pessoas, o ser humano. O ser humano é a quem nós queremos servir, ajudar, promover. Esta é um pouco a fórmula, o DNA que a gente procura agora neste momento estabelecer.

Padre Anderson abre a festa de aniversário de 40 anos do NOAP (Foto: Jorge Paulo Araujo)

A Diretora do Departamento de Educação, Maria Cristina Monteiro, afirmou ter orgulho do vínculo entre o NOAP e o departamento e de todo o trabalho realizado até o momento. As diferentes vertentes do Núcleo foram lembradas, como o projeto social, e a ampliação de serviços que ocorreu em 2015, com a colaboração de  outros departamentos como de Letras, Serviço Social e Psicologia, e dos demais núcleos de atendimento da Universidade, SPA, PSICOM, NAIPd e SOU-CTC. A professora agradeceu a todos aqueles que participaram da iniciativa e que   possibilitam a realização do projeto.

Diretora do Departamento de Educação, Maria Cristina Monteiro (Foto: Jorge Paulo Araujo)

O NOAP desenvolve um trabalho social em parceria com escolas públicas do município. As crianças que apresentam algum tipo de dificuldade no momento do aprendizado são indicadas à iniciativa pela instituição em que estudam. Um contato é feito com o colégio, e a recepção e avaliação do aluno é executada pelo Núcleo. A partir da questão enfrentada pelo jovem, ele é inserido em um grupo com outras crianças que têm um eixo condutor semelhante.

A coordenadora do Projeto Social, Maria Luiza Gomes Teixeira ressaltou a importância desta ação educacional exercida pelo grupo de orientação da Universidade, e que, consequentemente, reflete os princípios do catolicismo da instituição.

— A PUC é uma Universidade Católica com todos os princípios cristãos e que pretende ser solidária e inclusiva. O NOAP é altamente inclusivo. Nós queremos resgatar, ajudar a criança que está com déficit. É a PUC altruísta. Agora, participaremos do projeto de trabalho maravilhoso chamado Gávea Solidária, que envolve o auxílio de alunos voluntários da Universidade para dar reforço, monitoria nas escolas.

Coordenadora do Projeto Social, Maria Luiza Teixeira (Foto: Jorge Paulo Araujo)

Voluntária no Projeto Social do NOAP, Maria Christina Catão relembrou as dificuldades que o núcleo enfrentou durante a pandemia da Covid-19. Segundo ela, o isolamento e a adaptação das atividades para o on-line foram os pontos principais a serem enfrentados.

— A pandemia foi um grande desafio, até porque alguns integrantes da nossa equipe, assim como eu, não dominavam totalmente a tecnologia. Foi mais um desafio a ser vencido além do distanciamento. Houve um troca entre nós e as crianças, pois elas nos ensinavam, nos ajudavam a entender estes meios tecnológicos. Superamos este obstáculo junto a eles. Nesse meio tempo, desenvolvemos trabalhos através da ludicidade, produzimos trabalhos muito interessantes e eficazes. Um exemplo é o grupo que trabalhou com o conceito de arte e analisou as obras do artista plástico e grafiteiro Kobra. 

A coordenadora geral do NOAP e professora Zena Eisenberg, do Departamento de Educação, contou um pouco da história do Núcleo, sobretudo a partir da reformulação ocorrida em 2015. Ela conheceu o NOAP em 2012 na festa de comemoração de 30 anos do projeto e assumiu a coordenação em 2014 ao substituir Maria Luiza Teixeira. À frente do Núcleo, Zena manteve o trabalho com as crianças, mas buscou implementar iniciativas voltadas para os estudantes universitários, como o braço de Leitura e Escrita, a equipe psicopedagógica e a Orientação Profissional.

— A gente atendeu neste tempo em torno de 986 alunos nos diferentes serviços. As questões que eles mais trazem são de dificuldade de planejamento e organização, muitas questões emocionais. Na escolha do curso, a gente tem muita procura de estudantes de todos os períodos. E na produção e compressão de texto, problema de estruturação de frases, uso de pontuação, uso de vocabulário.

Coordenadora do NOAP, Zena Eisenberg (Foto: Jorge Paulo Araujo)

Zena recordou a fundação, em 2015, da Rede de Apoio ao Estudante (RAE), que uniu cinco núcleos para realizarem uma ajuda mais integrada aos alunos da Universidade. Ao longo dos últimos oito anos, o NOAP, em parceria com a RAE, promoveu mais de 200 oficinas sobre diversos assuntos, como ansiedade. Ela fez questão de mencionar os professores Luiz Carlos Scavarda do Carmo, ex-Vice-Reitor Administrativo da instituição e do Departamento de Física, e Vera Magiano Hazan, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, que morreram em 2019 e 2021, respectivamente, e contribuíram para as ações do NOAP.

(Foto: Jorge Paulo Araujo)

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