Conservação do acervo nas mãos dos leitores
30/04/2013 09:35
Luísa Lacombe/ Foto: Flavia Espíndola

Campanha usa Literatura de Cordel para ensinar a cuidar

Presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Gonçalo Ferreira da Silva, participa da campanha


Para conscientizar os alunos sobre os cuidados com os livros da Biblioteca da PUC-Rio, foram realizadas palestras no dia 16 de abril, dando início à Campanha Cordel da Preservação, promovida pela Divisão de Bibliotecas e Documentação (DBD). O evento contou com a participação da conservadora Valéria Sellames, do presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel,  Gonçalo Ferreira da Silva, e a apresentação dos repentistas Tião Simpatia e Zé Maria.

Segundo a diretora da DBD, Dolores Perez, a campanha surgiu por causa do descaso dos alunos com os livros do acervo.

– Os livros eram emprestados e devolvidos cheios de rasuras e anotações, que acabam atrapalhando quem pega emprestado depois. Ultimamente, os alunos usam os livros até como apoio para os pés – comentou Dolores.

A conservadora Valéria Sellames, sócia da empresa Libra Cultural , que presta serviços de conservação de móveis e bens culturais, reforçou na palestra como o trabalho de restauração pode custar tempo e dinheiro.

– O processo para remover manchas das tintas das canetas, por exemplo, leva de três a cinco horas por cada folha, sendo que a mancha pode acabar voltando com o tempo. O preço de uma restauração pode ultrapassar o próprio preço do livro. Por causa disso, muitos preferem comprar um novo exemplar a recuperar o antigo – disse Valéria.

Para a bibliotecária Marta Reis, os maus-tratos com os livros são causados por uma falta de percepção.

– Isso diz respeito a uma questão básica de educação. O aluno tem que perceber que o livro não é dele, mas que também vai ser usado por outras pessoas – observou.
A diretora da DBD, entretanto, afirma que o objetivo da campanha não é penalizar os frequentadores.

– Escolhemos o Cordel para passar a mensagem de forma mais tênue. Nosso objetivo não é punir, mas conscientizar. Não são só os alunos da PUC usam essa biblioteca. Os livros são um bem público – afirmou.

Edição 268

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