O economista Jeffrey D. Sachs, conselheiro especial do Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, nas Metas de Sustentabilidade do Milênio, ministrou a Aula Magna de Abertura do Ano Acadêmico. A palestra, realizada no auditório do RDC, no dia 18, contou com a presença do Reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., da deputada estadual Aspásia Camargo (PV), do representante do governo do estado Paulo Magalhães Pinto e do cônsul- -geral dos EUA, John Creamer.
O Reitor ressaltou a importância de receber uma autoridade internacional no campus para debater temas atuais, como o desenvolvimento sustentável.
– Ele é um reconhecido conselheiro dos governos da América Latina, da África e também da Ásia. Então é um enorme prestígio poder recebê- lo – declarou.
Sachs, eleito duas vezes como uma das cem pessoas mais influentes do mundo, em 2004 e 2005, debateu questões sobre sustentabilidade para o milênio. Ele crê que esse é, provavelmente, o maior dos desafios atuais. De acordo com o economista, os países estão entrando na era do desenvolvimento sustentável e, graças às modificações humanas no planeta, eles terão de adaptar a economia, mesmo que isso resulte em lucros menores no início.
– O impacto humano hoje é sem precedentes. O desenvolvimento sustentável é uma abordagem integrada ao desenvolvimento econômico, mas difícil de conseguir administrá- lo dada sua complexidade – ressaltou.
Outro ponto citado pelo economista foi o fato de a humanidade ainda não ter conseguido alcançar as metas estabelecidas pela ECO-92, conferência do meio ambiente realizada no Rio de Janeiro.
– Já passamos da RIO+20 e nenhuma das nossas expectativas foi atendida – declarou.
Sachs afirmou também que os empregos do passado estão desaparecendo com as novas tecnologias desenvolvidas.
– Agora, temos robôs cada vez melhores e que podem até fazer diagnósticos de pacientes a milhares de quilômetros – disse.
Jeffrey, que já teve três livros na lista de mais vendidos do New York Times, criticou a transitoriedade da política atual. Segundo ele, os governantes fazem aquilo que seria melhor para eles mesmos, através de propostas de curto prazo, com a intenção de receber votos, apesar de tais medidas não serem sempre as melhores opções. Para Sachs, os problemas enfrentados no dia a dia não seguem essa lógica pois exigem soluções permanentes.
– Creio que precisamos mais de um governo e uma política diferente da usual – sugeriu.
Ao fim da apresentação, o Reitor da Universidade homenageou o palestrante com a medalha Dom Helder Câmara, dada a quem realiza trabalhos em prol da sociedade, sendo aplaudido de pé.
Edição 279