O fotógrafo Paulo Rubens Fonseca começou a trabalhar com imagens refletidas nas mais diversas superfícies quando estava no jornal Correio da Manhã, em 1974. A primeira, no vidro de um carro, fazia uma referência ao momento político da época, a ditatura militar. Foi o ponto de partida para o projeto de fotografia que ele desenvolveu em 39 anos de trabalho. Professor do Departamento de Comunicação Social, Paulo Rubens reuniu as imagens no livro Reflexos, lançado em março. O resultado deste trabalho também compõe uma exposição, com o mesmo título do livro, no Centro Cultural da Justiça Federal, no Centro.
São pessoas reproduzidas em para-brisas, painéis, vitrines, elevadores, janelas, entre outras plataformas. Todos os momentos foram, como define o fotógrafo, “roubados”, ninguém posou para a foto.
– É uma crônica da urbanidade, uma documentação da modernidade, sobre a perda da identidade da figura humana no caos das metrópoles.
As fotos foram capturadas em 11 cidades do mundo, entre elas Nova York, Rio de Janeiro, Roma e Paris. Terceira exposição da carreira de Paulo Rubens, Reflexos tem o objetivo de emocionar de diferentes formas.
– A fotografia é outra forma de produzir imagens que se diferem da pintura e do cinema. Ela consegue parar o tempo. A vida é algo muito veloz, fugaz. A fotografia eterniza, é algo que se destaca no nosso dia a dia. Os nossos olhos não param. Isso já é um diferencial do que é real e o que é estampado numa foto.
O livro reúne 160 fotos, a maioria produzida de forma analógica e em preto e branco. Poucas são coloridas, digitais, feitas em 2010, em Nova York. Nesse conjunto está um autorretrato. A exposição, com 41 fotos, está aberta ao público até 20 de abril.
Edição 279