Abertura para as novas tecnologias de comunicaçao
22/09/2014 17:57
PE. Josafá Carlos de Siqueira, S.J

O Reitor, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J.,  aborda como as novas tecnologias, em especial a internet, se torna um espaço existencial onde se compartilha experiências humanas, sobretudo através das redes sociais

Vivemos num contexto histórico onde as novas tecnologias fazem parte do nosso cotidiano, particularmente a internet, deixando de ser simplesmente um instrumental para se tornar também um espaço existencial onde se compartilha experiências humanas, sobretudo através das redes sociais. O Papa Bento XVI afi rmou que o chamado “ambiente digital não é um mundo virtual, mas é parte da realidade cotidiana de muitas pessoas, especialmente dos jovens.” Em outra ocasião ele também disse que “o desenvolvimento das redes sociais é muito ambicioso: as pessoas pretendem não só construir relações, encontrar amizade, obter respostas para suas perguntas, divertir-se etc, mas é também sentir-se estimuladas intelectualmente e compartilhar competências e conhecimentos”. Na sua mensagem para a Jornada de Comunicação de 2011, o mesmo pontífi ce declarou que “quando as pessoas se intercambiam informações, participam já de uma codivisão de si mesmas, de uma visão do mundo, de suas esperanças, de seus ideais...” Atualmente o Papa Francisco, numa recente mensagem para a Jornada Mundial das Comunicações de 2014, defi niu o poder das novas mídias como “proximidade”, pois é preciso observar bem como o signifi cado mesmo de “próximo” evolui precisamente por causa das redes que eliminam as barreiras do espaço e do tempo.” Ele tem afi rmado categoricamente que ”a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos, sendo isto algo bom, um dom de Deus”.

Prescindindo de alguns aspectos negativos e preocupantes existentes nas redes sociais, sobretudo do mal uso para divulgar, difamar e ofender a dignidade das pessoas, quebrando a privacidade e difundindo superfi cialidades, temos que ter a capacidade de ver os aspectos positivos destas novas tecnologias, tidas hoje como um espaço antropológico que, quando bem conhecido e utilizado, pode se constituir um meio efi caz para expor as ideias, construir novas relações, ser pontes de solidariedade, compartilhar preocupações, denunciar situações de injustiça e aprofundar temáticas espirituais.

A dependência destes recursos tecnológicos nos obriga a repensar as nossas metodologias de ensino, e a criar ambientes digitais no processo educativo. O professor atual passa a ter uma dupla tarefa, pois ao mesmo tempo em que não pode prescindir desses novos recursos para fazer chegar aos seus alunos os conteúdos científi cos disponíveis na internet, tem também a missão de ajudar a criar nos educandos uma consciência crítica sobre tudo aquilo que está sendo divulgado nas novas mídias, sempre zelando pela verdade e a profundidade daquilo que é difundido e disponibilizado. Temos que ter a sabedoria de discernir aquilo que é superfi cialidade e profundidade, veracidade e falsidade, utopia e realidade. Na oportunidade, gostaria de agradecer a todos que organizaram e participaram do seminário, “A internet e a nossa vida,” realizado na PUC-Rio, no dia 5 de setembro, cuja temática nos ajudou a aprofundar estas questões desafi adoras.

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