Museus como portas e janelas para o mundo
27/03/2015 15:14
Eduardo Manhães/ Foto: Matheus Salgado

Professor Ozias Soares, coordenador de Política Nacional de Educação Museal, ministrou Aula Inaugural do Departamento de Educação. Na ocasião, ele abordou o tema A Pedagogia no Museu

A construção de parceria e apoio entre museu e educação é importante para o conhecimento e a integração social. A afirmação é do professor Ozias Soares, coordenador de Política Nacional de Educação Museal e pesquisador no Museu da Vida (Fiocruz), que ministrou a Aula Inaugural do Departamento de Educação no dia 24 de março, no Auditório Padre Anchieta. Na ocasião, ele abordou o tema A Pedagogia no Museu: Refletindo sobre Atores, Cenários e Desafios da Educação Museal, em que abordou o papel pedagógico dos museus e a atuação do pedagogo nessa área.

Para Ozias Soares, o pedagogo é um profissional que compreende o fenômeno educativo e que pode atuar em diversas áreas museais, com o papel de um multiplicador de ações. Ainda segundo ele, o profissional é também como um mediador entre o museu e a escola, o qual busca planejar métodos que possam aproximar alunos e professores, com a perspectiva de transformar o museu em um lugar de interação e não apenas de contemplação. O professor a ressaltou também os desafios da área.

Eu diria que a minha fala é muito orientada pela minha visão de “janelas e portas”. A relação entre museu e educação deve constituir portas e janelas para o mundo. No sentido de perceber que o museu não é um espaço propriamente harmonioso, mas um espaço como a escola, cheio de conflitos e contradições.

Para Ozias Soares, é preciso desenvolver projetos que auxiliem na aproximação do público, em geral, com o museu, sejam eles planejados pelos pedagogos ou de iniciativas de políticas públicas.

Os acervos de museus guardam pedaços da história. São marcadores do avanço da constituição do conhecimento humano. A modernidade fragmentou esse conhecimento. O objeto de arte é cercado por uma série de saberes, que não só o domínio artístico. Um quadro, para fazê-lo, foi necessária uma perspectiva, conhecimentos de matemática, de composição, de ótica, de física, de química na combinação de determinadas substâncias para aquela coloração, a questão da estética da época de elaboração da obra, uma filosofia está presente também. A obra é a confluência de vários saberes.

Durante a palestra, o professor explicou ainda o contexto do surgimento dos museus no Brasil e no mundo e a influência da modernidade. Ele apontou alguns desafios, como a concentração de museus no eixo Sul-Sudeste, a ausência de departamento de serviços educativos, a dificuldade da implantação de cursos universitários voltados para a educação museal, entre outros.

Ozias é doutor em Ciências Sociais (PPCIS/UERJ), mestre em Educação (UFF) e pedagogo (UERJ), especializado em Formação do Educador de Jovens e Adultos Trabalhadores (UFF) e técnico em Educação do Ministério da Cultura (IBRAM - Instituto Brasileiro de Museus), dentre outras formações.

A palestra foi organizada pelo Departamento de Educação e contou com a presença do diretor do Departamento, Ralph Bannell, e da coordenadora do Curso de Especialização em Educação Infantil, professora Cristina Carvalho.

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