Flávio Bolsonaro e Tarcísio Motta participam de debate na Universidade
27/03/2015 15:32
Eduardo Manhães e Gabriele Roza/ Foto: Matheus Salgado

A PUC-Rio foi palco do debate entre o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP) e o professor Tarcísio Motta (PSOL), candidato a governador nas últimas eleições, sobre o tema Desmilitarização da Polícia Militar.

Debate, organizado no Ginásio, foi acompanhado por centenas de alunos

A PUC-Rio foi palco do debate entre o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP) e o professor Tarcísio Motta (PSOL), candidato a governador nas últimas eleições, sobre o tema Desmilitarização da Polícia Militar. O encontro, no dia 25 de março, lotou o Ginásio com cerca de mil e 700 alunos. A mobilização do público começou pelas redes sociais. No dia anterior ao debate, havia mais de nove mil confirmações de presença no Facebook. Foi preciso alterar o local da palestra para comportar mais pessoas, o que ainda não foi suficiente devido ao número de participantes.

Organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), o debate foi dividido em três momentos, com 20 minutos iniciais para a exposição de opinião, uma sessão de perguntas e respostas entre os debatedores e, por fim, resposta às perguntas do público.

O DCE informou que foram arrecadadas mais de 1,5 tonelada de alimentos não perecíveis, que serviram como ingresso do público no encontro. As doações foram revertidas para o Lar Integrado Amor Puro (Liap), a ONG Teto e os funcionários do Sodexo e seguranças do campus.

Flávio Bolsonaro se posicionou contra a desmilitarização e fez críticas ao Governo Federal. Ele abordou pontos como a desordem social e o fim da democracia sem o trabalho da PM, e exemplificou que o Brasil poderia viver uma situação semelhante à Venezuela caso a Polícia Militar fosse extinta. Ele concluiu que há maior necessidade em discutir formas para valorizar a Polícia Militar.

– Quando a PM é retirada das Forças Armadas e subordinada ao Governo Federal ou algum ministério, quebra-se a “espinha dorsal” das Forças Armadas, que é a última resistência que existe no país para eternização de poder da Esquerda.

Em seguida, Tarcísio Motta colocou-se a favor da desmilitarização, e se estendeu a outros assuntos como a política e os direitos humanos. O professor resumiu a opinião dele em cinco pontos principais: processo da formação e unificação das tarefas da polícia para a garantia de direitos; mudança da prioridade da segurança pública; valorização da carreira e ampliação da democracia. ­

– A ideia da militarização da segurança transformou o debate, inclusive, e transformou a ação. Nós temos a polícia que mais mata e mais morre no mundo. Portanto, nesse clima de guerra, ninguém ganha, todos nós saímos perdendo. Não é um discurso de direitos humanos e polícia, não é combate entre a esquerda e os policiais, o debate é sobre qual modelo de sociedade nós queremos.

As divergências não ficaram apenas entre os palestrantes. Os estudantes, bastante agitados, também estavam divididos e manifestavam apoio ou discordância aos políticos por meio de gritos e palavras de ordem. Em vários momentos, a plateia ficou exaltada e houve, inclusive, um princípio de tumulto entre os estudantes, controlado pelos seguranças. Flávio e Tarcísio desaprovaram a atitude e lembraram que a diversidade de pensamento pertence à democracia.

O debate não foi marcado apenas por oposições de ideias. Os dois concordam que é necessário ampliar o debate devido à complexidade da questão. Além disso, enfatizaram a valorização da carreira e dos direitos civis dos PMs.

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