Violência e saúde nas comunidades cariocas
28/05/2015 15:20
Letícia Gasparini / Foto: Pedro Myguel

Professora da Universidade de Oklahoma Erika Larkins ministra palestra sobre o impacto que a violência gera na saúde pública


A violência nas favelas do Rio e os impactos que ela causa na saúde pública foi tema da conferência com a professora da Universidade de Oklahoma Erika Larkins, realizada no dia 27 de maio, na PUC-Rio. Na ocasião, a pesquisadora expos dados do livro The Spectacular Favela, que ela escreveu a partir de pesquisas coletadas no período em que morou na favela da Rocinha. Na obra, ela analisa a cobertura da mídia sobre aos casos de violência nas favelas cariocas.

Para a professora, violência e saúde têm uma relação direta. Apesar de os casos de ferimentos e mortes serem imediatamente associados aos de violência nas comunidades, Erika observou que muitas doenças como diabetes, hipertensão, depressão são causadas pelo impacto que a violência causa nas pessoas das favelas. Ainda segundo ela, os moradores das comunidades se acostumaram com a ideia de violência nos locais em que vivem.

Erika destacou três tipos de violência para explicar como esse assunto é retratado em relação as favelas. Segundo ela, a violência armada significa a prática violenta em si, ou seja, a agressão física, o crime. Já a violência estrutural é aquela provocada pela desigualdade social e como as pessoas são prejudicadas por essa situação. Por último, Erika aponta a violência simbólica, que reúne ideias e preconceitos que a sociedade adquire sobre os moradores das comunidades. Outro fator destacado por Erika é como a mídia lida com a violência armada nas favelas com um caráter de espetacularização.

– Os órgãos midiáticos não escondem o que ocorre nas comunidades, mas criam toda uma dramatização diante de um fato. A televisão criou a figura do policial do Batalhão de Operações Espaciais (Bope) que conhecemos hoje. O Bope mostra o lado do Estado como violento, repressor – ressalta.

Erika afirmou ainda não concordar com o turismo feito nas favelas cariocas por empresas que não são filiadas às comunidades. Ela conta que essas agências não se preocupam com o lucro que os moradores do local podem ter com as visitas turísticas. Ela disse ainda que as imagens construídas para os visitantes são deturpadas e não mostram a realidade daquele local. Erika defende que o turismo deve ser realizado por moradores das favelas, pois eles conseguirão mostrar a verdade daquele ambiente.

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