Teóloga Lisa Cahill, professora da Boston College, foi a conferencista do último dia do V Simpósio Internacional de Teologia. Ela destacou os maiores problemas da justiça global, entre eles, a violência, a desigualdade de gênero, a corrupção e a destruição do meio ambiente.

A Justiça e a Ética Social Católica foi o tema abordado pela professora da Boston College Lisa Cahill nesta quinta-feira, 28, último dia do V Simpósio Internacional de Teologia. A professora destacou a opressão sofrida por mulheres como um problema para a ética futura. O encontro teve início no dia 26 de maio e comemorou os 50 anos do final do Concílio Vaticano II e os 50 da Revista Internacional de Teologia Concilium.

Lisa ressaltou os maiores problemas da justiça global que foram tratados recentemente pela Revista Concilium. Entre eles, a violência, a desigualdade de gênero, a corrupção e a destruição do meio ambiente. A teóloga destacou a igualdade das mulheres como saída para as injustiças sociais em todo o mundo. Para ela, as mulheres sofrem uma pressão dupla de todas as violências.

- Entre os pobres, a mais pobre. Entre os oprimidos, a mais oprimida. Entre os silenciados, a mais silenciada. A mulher está em um lugar desigual na sociedade.

A professora discutiu também a importância da inter-religiosidade para a Igreja Católica, principalmente nos locais em que o catolicismo é minoria para combater os problemas. Para ela, quando o cristão se engaja em uma cultura múltipla e trabalha para a justiça, ele se envolve no diálogo da vida e aumenta a experiência com Deus.

- A esperança nasce das alianças feitas de grupos religiosos que lutam juntos. Precisamos ter uma visão comum da justiça e unir todos os povos. Caso contrário, não vamos conseguir acabar com aqueles que estão oprimindo todos nós. Suportar a dor juntos é uma forma de conter o mal.

Para a teóloga, a luta pela justiça vai além da igualdade entre os pobres. Ela acredita que a inclusão, com base nos ensinamentos deixados por Jesus Cristo, é um desafio para os católicos de manter a comunhão e o respeito por todos.

- Existe uma necessidade de incluir os marginalizados na nossa mesa de comunhão. Por isso, precisamos nos guiar na Obra de Cristo, no valor do evangelho. O evangelho inclusivo ajuda a enfrentarmos a apatia. Vivemos a ressurreição de acordo com esses valores. Se não vivemos isso, a nossa crença não é verdadeira, é traída.