O último dia da exposição DNA Carioca foi marcado por muita festa e descontração. Os alunos se despedem da mostra que trouxe o jeitinho carioca de ser para os pilotis da Universidade, entre os dias 25 e 29 de maio. Cinema, música, alimentação, costumes e hábitos, de tudo um pouco foi apresentado durante os cinco dias de exposição, organizada pelos alunos da Disciplina Laboratório de Publicidade, do 6º período, do Departamento de Comunicação Social.
A professora Cristina Bravo, uma das organizadoras da mostra, disse estar satisfeita com o resultado da exposição. Ela ressaltou que, embora não tenha sido possível contemplar todas as realidades do Rio de Janeiro, a mostra tentou apresentar os aspectos positivos da cidade.
- A exposição foi muito positiva. Como uma disciplina na grade curricular, ela foi muito bem executada. Foi bem contextualizada com o que foi proposto em sala de aula. A apresentação foi coerente e correta, embora saibamos que não dê para falar de tudo, porque é uma cidade rica cheia de contrastes – comentou.
Um dos destaques do DNA Carioca foi o grafite. Antes marginalizado pela sociedade, atualmente o grafite é visto como um movimento cultural que representa uma parcela dos cariocas. Ao longo da semana, os visitantes puderam ver de perto como são produzidas as artes e trocar ideias com os grafiteiros que vieram à Universidade, entre eles, Vicente Lima, mais conhecido como Vince, Ricardo Kalache, Saulo (ou Saw), e Luigi Chiarelli, conhecido também como Elli.
Para Luigi Chiarelli, que é estudante de Design da PUC, o grafite é uma “válvula de escape”. Ele relata que, quando começou a grafitar aos 13 anos de idade, tinha receio, pois os grafiteiros não eram pessoas bem vistas. Porém, com apoio dos pais, resolveu investir na arte. A maior fonte de inspiração é a própria cidade.
- No início, quando saía para grafitar, ficava com medo. Um dia, ouvi uma sirene na rua, guardei os sprays na mochila rápido. Quando percebi, era uma ambulância. Hoje em dia, é mais fácil. Tem exposições e galerias de grafiteiros. Além disso, pintar no Rio é muito bom, porque inspiração não falta. São as paisagens, as pessoas, os símbolos da cidade como os Arcos da Lapa. Não tem cenário melhor – comenta.
Já o estudante de Comunicação Social Vicente Lima, o Vince, comenta os desafios da profissão e que, até hoje, a mãe não gosta quando ele sai para grafitar. Artista desde os 15 anos, Vince relata que aprendeu a fazer desenhos em casa e que, até hoje, para se aperfeiçoar, ele desenha no papel.
- Minha mãe não gosta muito porque é algo que, para os mais velhos, talvez seja um pouco difícil perceber o que é arte e o que é pichação. Mas estou na luta tentando me aperfeiçoar cada vez mais – ressalta.