A importância da música na educação infantil
14/07/2015 17:58
Ana Costa / Foto: Pedro Myguel

O segundo dia do Seminário Internacional abordou sobre a o uso da música na educação infantil. Profissionais relataram como as cantigas contam histórias e permitem a formação da identidade cultural da criança

Ana Valéria tocando violão e cantando cirandas durante seminário

A música na Educação Infantil foi o tema abordado na palestra da tarde do dia 14 de julho, segundo dia do Seminário Internacional do Laboratório Interdisciplinar Design e Educação, que ocorre até o dia 16 de julho na Universidade. Para tratar da temática, a doutora em Educação Ana Valéria Figueiredo da Costa abordou sobre como as cantigas contam histórias e permitem a formação da identidade cultural da criança.

Segundo Ana Valéria, os costumes, músicas, danças, artesanatos e qualquer outra manifestação cultural que não tenha a sua origem conhecida formam o folclore de um povo. De acordo com ela, a tradição é transmitida de geração em geração por meio das experiências folclóricas, nas quais são apresentadas as raízes do grupo social.
Além das vertentes culturais, a educadora ressaltou que a música estimula diversos aspectos da criança, trabalha a perspectiva da linguagem, escrita, leitura e fala, com os versos e as rimas, a percepção interpretativa, noção temporal e até matemática.

– No universo das cantigas, a gente pode trazer muitas coisas. Uma vez eu estava trabalhando com crianças de cinco anos e quando eu cantei “põe uma mão na testa, põe uma mão na nuca”, as crianças pararam e perguntaram “tia, o que é nuca? ”, elas não conheciam aquela palavra, nunca tinham escutado antes. Ou seja, as cantigas também são um meio de descoberta – explicou.

Embora as músicas de roda sejam ligadas ao público infantil, Ana Valéria esclarece que, originalmente, não era assim. De acordo com ela, as cirandas eram o lugar de socialização, funcionavam como “baladas” dos tempos antigos. Era lá que as pessoas se reuniam para interagir e até se declarar.

– Com o processo de imitação da vida adulta por parte das crianças, as cantigas de roda saem do universo adulto e migram para o universo infantil. Mas se analisarmos as letras, a gente percebe que não se trata de sentimentos infantis. Em Ciranda, cirandinha, por exemplo, o tal anel de viro mencionado refere-se a um anel de noivado e retrata a dor de um amor que acabou.

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