Representante do Vaticano visita Universidade
02/09/2015 17:00
Cintia Ferrão, Gabrielle Roza, Giulia Saletto e Vitória Christino / Fotos: Bruno Pavão e Weiller Filho

Cardeal Peter K. A. Turkson é Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, órgão da Cúria Romana responsável por ações de promoção em vista da paz e da justiça social

O Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Peter K. A. Turkson, esteve na terça-feira, 1º de setembro, na Universidade para participar do VI Simpósio Internacional pela Promoção da Cultura da Paz Num Mundo em Conflito, que ocorre no Salão da Pastoral da PUC-Rio. O Cardeal abordou diversos assuntos, entre eles, a necessidade de pensar sobre a paz e a justiça no atual panorama violento. No fim da manhã, Cardeal Turkson plantou um ipê no campus da Universidade, ao lado da Igreja Sagrado Coração de Jesus, em sinal de paz e do envolvimento da Igreja nas questões socioambientais. O Reitor da Universidade, Padre Josafá Carlos de Siqueira S.J., explicou que o motivo da escolha da planta foi para representar o ecossistema brasileiro.

- O Ipê amarelo é símbolo da flora brasileira e está presente em todos os nossos ecossistemas. Além disso, é um serviço planetário, pois é a espécie que mais absorve CO2, com maior capacidade fotossintética.

Cardeal Turkson participou de uma coletiva de imprensa no final da manhã. Ele respondeu perguntas de jornalistas sobre justiça, paz, e a Encíclica Laudato Si. Um dos temas abordados por ele foi a inclusão social, um assunto muito discutido pelo próprio Papa Francisco em visitas à América do Sul no mês passado. Em uma das respostas, Cardeal Turkson tratou sobre a relação da inclusão social com a sustentabilidade e a preocupação com o meio ambiente.

- O Papa quis demonstrar como esses dois conceitos se relacionam. Nossa atitude diante o meio ambiente reflete nossa atitude diante outras pessoas. É necessário abrir espaço para todos os membros da sociedade, não somente aos pobres, mas também aos mais velhos, aos negros, e até àqueles que ainda não nasceram – comentou.

Ao tratar da Encíclica Laudato Si, o Cardeal Turkson explicou que o documento não aborda simplesmente sobre o aquecimento global, mas envolve principalmente a ideia de uma ecologia integrada entre a natureza e o homem. Para ele, o amor ao mundo e o amor ao próximo são atitudes que cada pessoa deve ter para seguir o que a Laudato Si propõe.

- A mensagem da Encíclica Laudato Si é que não podemos amar a Deus sem amar o que ele criou. Deus criou o mundo e o humano. Não podemos amar a Deus e abusar da sua criação. Se amamos a Ele, temos que amar todas as suas criações igualmente. Amar a terra como casa e o homem como morador.

Em relação ao meio ambiente, o Cardeal Turkson acredita que o dever do ser humano é conservar a Terra e o meio ambiente para as próximas gerações.

- Nós recebemos a Terra de Deus como um jardim, e assim devemos conservá-la. Não podemos transformar essa terra em uma selva. Nosso dever é entregar a terra como um jardim para os nossos filhos e as gerações que estão por vir. Seria traição ao desejo de Deus como criador se não conservarmos a Terra como um jardim, e essa é a mensagem da Encíclica – disse o Cardeal.

Palestra

Pessoas de diversas universidades e instituições religiosas do país lotaram o Salão da Pastoral para a Conferência de Abertura do Simpósio com o Cardeal Turkson, que contou ainda com a participação do Reitor da PUC, do Grão-Chanceler da Universidade e Arcebispo do Rio de janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, e do Decano do CTCH, professor Paulo Fernando Carneiro de Andrade.

Para o Cardeal Turkson, a violência não é produto dos desentendimentos presentes na sociedade, e diferenciou conflito de violência.

- Conflito não se vê, mas a violência sim. Pessoas podem estar em conflito e não manifestar violência. Conflito e violência não são a mesma coisa. Nesse caso, a tarefa universal da Igreja é promover a cultura da paz.

Natural de Gana, Turkson foi o primeiro cardeal católico da história do país. Ao comentar a diversidade religiosa da África, ele observou a necessidade da tolerância e do respeito ao próximo em todas as áreas da vida, e ressaltou a importância da Doutrina Social da Igreja para esta finalidade.

- Relacionamentos e dignidade são o que somos como seres humanos. Por esse motivo, os relacionamentos e a dignidade humana devem ser prioridade para a sociedade e, principalmente, protegidos. Só assim se alcança a paz, e só com paz se tem desenvolvimento.

 

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