Perspectivas em Mariana
30/11/2015 00:42
Gabriele Roza / Fotos: Bruno Pavão

O desastre em Mariana (MG) foi tema de palestra organizada pelo Departamento de Geografia no dia 26 de novembro, no auditório do RDC

O rompimento de duas barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG),  e as dimensões que o acidente provocou, desde a questão da legislação ambiental até o olhar jornalístico do desastre, foram o assunto abordado em encontro organizado pelo Departamento de Geografia, no dia 26 de novembro, no auditório do RDC. 

O jornalista Kadeh Ferreira relatou a experiência dele durante a cobertura do desastre para a rede árabe Al-Jazeera. Ele apresentou fotos que fez da cidade e contou as histórias dos moradores do local. Segundo Ferreira, os moradores de Mariana foram alojados em hotéis, mas há problemas de alimentação e espaço.

- Acordar e esperar o dia passar, é isso que estão fazendo, aguardando uma decisão do que vai ser sua vida. Um senhor falou para mim: 'demorei 60 anos para construir tudo que eu tenho, e tudo foi embora em dois segundos, não sobrou nada, até as roupas que eu estou usando são de doações'. Cada depoimento era muito impressionante, eu tinha a sensação de que cada pessoa tinha uma história incrível para contar, de sobrevivência e vida.

O perfil topográfico do percurso da lama foi analisado pelo geógrafo Rodrigo Paixão, analista de meio físico na Ecobrand. Para Rodrigo, o geógrafo pode contribuir com estudos e análises de correlação do fluxo da lama e do perfil longitudinal do Rio Doce.

- O geógrafo tem que entender esse sistema de drenagem e analisá-lo, como esse evento vai refletir no sistema de drenagem como um todo. Em um episódio pós-evento, dois dias depois do acidente, se você tiver esse estudo e entendimento do comportamento de drenagem, se pode definir ações para que esse tipo de desastre seja mitigado.

Paixão ressaltou também as perspectivas geográficas para a resolução dos problemas. Para ele, é preciso pensar também nos desastreis sociais. O geógrafo acredita que a situação da população de Mariana precisa ser estudada em conjunto com aspectos ambientais.

- Pensar não só em um impacto ambiental gerado, nas milhares de castas de peixes mortas e toneladas de plantas que foram impactadas pela lama. É preciso ver todo o comportamento desse ambiente, não só dos peixes, mas também da mata ciliar, e também o aspecto social das famílias impactadas. Será que essas famílias vão ser comtempladas?

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