A valorização de professores e alunos, somada à coordenação de esforços profissionais, é a receita do novo diretor do Departamento de Economia da PUC-Rio, Rogério Ladeira Furquim Werneck, para superar os desafios e reciclar excelência do centro de ensino e pesquisa, um dos conceituados da América Latina na área desde os anos 1970. Um centro cuja produção acumula influência sistemática nos debates econômicos do país. O reconhecimento converte-se em constante convites aos professores para assumirem importantes funções nas iniciativas pública e privada. “Estas perdas são, na verdade, serviços prestados à nação brasileira”, ponderou o reitor da PUC-Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., na cerimônia de posse do novo diretor, nesta terça-feira.
Dono de extensa biografia, o economista e professor Rogério Ladeira Furquim Werneck enfatizou, nas primeiras palavras à frente do Departamento de Economia, à importância de cultivar o investimento da mão de obra qualificada e no perfil também qualificado dos alunos. Destacou, ainda, a necessidade de se manter um "espírito coletivo":
– Desafios de consolidação institucional só poderão ser enfrentados com o empenho coletivo dos professores e funcionários. Isso também é fundamental para atrair e manter professores disputados por outras instituições. Contamos com o apoio da Universidade. A mim, caberá, essencialmente, coordenar esforços e assegurar o espírito de cooperação – sintetizou Furquim Werneck, professor em regime integral do Departamento de Economia desde 1977.
Tais esforços serão canalizados, no curto prazo, para recomposições pontuais da equipe docente, tradicionalmente reconhecido como um dos melhores e mais influentes do país. Há pouco tempo, três professores do quadro principal (Vinicius Nascimento Carrasco, Tiago Couto Berriel e Carlos Viana de Carvalho) assumiram cargos representativos na administração pública. “Vamos repor tais perdas e recompor o quadro principal”, afirmou o diretor. A terceira gestão de Rogério Furquim Werneck à direção do Departamento de Economia é considerada "providencial" pelo reitor da PUC-Rio:
– Vejo na posse do professor Rogério Werneck algo providencial. Pois, num momento de turbulência, são necessárias experiência e competência. O segundo aspecto providencial é o fato de saber administrar perdas, o que se resolve com experiência e criatividade. Diria que também é providencial para manter o equilíbrio na renovação entre as novas e antigas gerações.
Rogério Furquim Werneck já dirigiu o Departamento de Economia noutras duas vezes: de 1980 a 1985 e de 2002 a 2009. Além de economista e professor, ele também é articulista dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo, para os quais escreve a cada duas semanas. Ao lembrar os atributos de Werneck na cerimônia de posse, o seu antecessor, Leonardo Bandeira Rezende, recorreu à alegoria de Sísifo:
– O meu antecessor e meu sucessor são a mesma pessoa. Em 1994, quando entrava na PUC, estávamos em crise econômica, com inflação muito alta, e o vice-presidente (Itamar Franco) estava desgastado pelo impeachment do presidente (Collor), cenário relativamente semelhante ao que vivemos. Estamos, de certa forma, empurrando a mesma pedra. Voltamos a enfrentar desafios conhecidos, inclusive aqui.
Para superar velhos e novos desafios, o investimento em qualificação acadêmica e cooperação acadêmica mostra-se uma unanimidade. Assim afinavam-se os discursos e apreciações ao longo da cerimônia de posse de Werneck, na sala do Conselho Universitário, onde estavam reunidos também vice-reitores, professores e outras figuras representativas da PUC-Rio.
O Departamento de Economia é um dos oito departamentos que formam o Centro de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Criado em 1963, mantém, além de um curso de graduação, programas de mestrado e doutorado.