Olimpíadas fazem do Maracanãzinho um espetáculo à parte
12/08/2016 12:36
Lucas Paes

Animação e organização do ginásio contagiam o público, criando uma atmosfera de festa durante os jogos de vôlei.

Momento de apresentação dos jogadores Foto: Lucas Paes


Palco do vôlei nas Olimpíadas Rio 2016, o Maracanãzinho recebe 67 partidas das melhores seleções do mundo. Potências do esporte, como o Brasil, os Estados Unidos e a Rússia, desfilam seu talento pela quadra e ajudam a construir a história dos Jogos. A presença de países tão diferentes atrai os torcedores desses locais e forma um verdadeiro mosaico de nacionalidades nas arquibancadas. No jogo entre Irã e Cuba, por exemplo, asiáticos e caribenhos levaram bandeiras, camisas e gritos potentes, gerando um duelo de forças que impulsionou os jogadores e ganhou contribuição também dos torcedores brasileiros. A goiana Eva Moura, que veio ao Rio para acompanhar o megaevento mundial, foi contagiada pela energia do ginásio:

– Acompanhei outras modalidades nestas Olimpíadas, e em todas senti uma emoção muito forte. Aqui no Maracanãzinho, a energia da torcida é contagiante. Por mais que o Brasil não esteja em quadra, acabo torcendo bastante. Sentir esse clima marcará a minha vida.

O baile que se instaura nas arquibancadas é impulsionado ainda pelos shows montados antes e no intervalo das partidas. O momento de apresentação das equipes é uma festa completa, com as luzes se apagando e os torcedores acendendo as lanternas de seus celulares para iluminar quadra. Dançarinos se apresentam e contagiam, ensinando passos do funk e do samba para os estrangeiros presentes.

O clima de festa alcança até os voluntários que trabalham no Maracanãzinho, cuja simpatia é retribuída pela receptividade dos fãs aos cumprimentos e boas-vindas. Uma das voluntárias conquistou a admiração de quem subia a rampa para as arquibancadas. Inspirada na personagem Dory, de Procurando Nemo, ela animava os torcedores que precisavam andar mais para achar seus lugares:

– Continuem a subir, continuem a subir – cantava, usando um microfone e parafraseando o bordão “continue a nadar” da personagem.

Foto: Lucas Paes


Além da energia no entorno e interior do ginásio, o sistema de transporte também foi um ponto positivo. No dia da partida de vôlei, a maioria dos torcedores usou o metrô. Mesmo com a grande movimentação, o sistema deu conta do recado e não foram relatados problemas com os passageiros.

Outro destaque na organização das Olimpíadas é a questão da segurança. Cerca de 5 mil agentes da Força Nacional estão distribuídos pelas ruas do Rio de Janeiro, e no Maracanãzinho chamava a atenção a quantidade de policiais presentes, inclusive ao redor da quadra. Até o momento não ocorreram incidentes no ginásio, e Eva deseja que as coisas permaneçam tranquilas:

– Não passei por nenhum tipo de violência aqui no Rio. Esse era um dos meus maiores medos, mas agora sinto que posso me deslocar livremente pela cidade e aproveitar o que ela tem de melhor.

Diferentemente de outras construções olímpicas, o Maracanãzinho não sofre com as longas filas para a compra de alimentos e bebidas no intervalo dos jogos. Seja pela menor capacidade de público ou pela melhor organização no atendimento, em no máximo cinco minutos os torcedores já estão com sua refeição em mãos.

Apesar de todos os pontos positivos, no entanto, as áreas no entorno do ginásio têm seus problemas. Um dos mais destacados é o caminho até a estação de metrô do Maracanã. Os pedestres são obrigados a subir uma escada de alumínio, que não transmite segurança e estabilidade. A frase mais ouvida degrau após degrau é “estou com medo, não quero nem olhar para baixo”. E quem sai depois da meia-noite precisa caminhar até a estação São Francisco Xavier e usar a Linha 1, porque a Linha 2, a que pertence a estação Maracanã, deixa de circular.

Foto: Lucas Paes


Com os prós e contras que fazem parte, o fato é que as Olimpíadas do Rio têm, de modo geral, obtido êxito junto a cariocas e não cariocas. Mauro Septimio, marido de Eva Moura e morador de Palmas, no Tocantins, já planeja seu retorno à cidade.

– Voltaria, sem nenhuma dúvida. O Rio de Janeiro é realmente uma cidade maravilhosa e está mostrando ao mundo que o Brasil pode ser um país sério no que diz respeito à organização – elogiou.

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