José Pain, memórias “na correria”
31/10/2016 17:35
Clóvis Gorgônio e Miguel Azaldegui

A história de José Pain na PUC-Rio é relembrada em Crônicas de Memória.

times de futebol de salão com professores e funcionários no antigo


Ao reconstruir nossas lembranças no presente, deixamos lacunas e exaltamos momentos marcantes. José Pain cria uma suave narrativa ao tecer suas memórias entrelaçadas às da instituição. Sua ligação com a PUC-Rio começou nas visitas ao tio-avô, um dos moradores remanescentes na Vila dos Diretórios. Este conhecia o ex-Reitor Pe. Velloso S.J., que indicou Pain para uma vaga de contínuo na Reitoria. Sua formação era típica de muitos jovens da época: “Se você tivesse o ginásio completo e soubesse datilografar, estava formado”.

Contratado em 1966, ajudou na mudança da Reitoria do Solar Grandjean para a Ala Kennedy. Em 1969 serviu ao Exército, e ao voltar para a PUC-Rio foi trabalhar no Ciclo Básico do CCS, na organização de turmas, lançamento de notas e na preparação e impressão de apostilas e provas. Em 1985, foi para o Decanato do CCS, onde está até hoje.

Ao mesmo tempo em que gostava do trabalho em contato com os alunos, “na correria”, também desfrutava dos momentos de lazer, das festas, compartilhados com os funcionários e professores: “Ia-se muito um na sala do outro, não havia e-mail. Batia-se um papo, tomava-se um café. Hoje eu ando os pilotis e, às vezes, não encontro nem um funcionário para uma conversa.” O futebol é um capítulo à parte: durante anos organizaram- se jogos no fim da tarde, havia até fila para jogar. Houve, inclusive, um time de futebol de campo, o Guarani, que enfrentava times no Estado do Rio e sul de Minas.

Pain lembra poucos momentos difíceis na Universidade: ainda jovem, escondia-se com outros funcionários na copa da Reitoria quando a polícia invadia o campus em busca de alunos considerados subversivos. Uma grande alegria é ter os dois filhos, Rodrigo e Renato, formados na PUC-Rio. Diz que “voltaria tudo outra vez”, e que vem trabalhar “por prazer, não por sacrifício; o trabalho é uma terapia para mim”.
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