Jovem empreendedor fez das mídias sociais uma fábrica de sonhos
24/11/2016 13:57
Mariana Salles

Aos 28 anos, o empresário e ex-aluno da PUC-Rio Arnaldo Neto, dono da Hola Que Tal, agência especializada em ações digitais, conta a estudantes como Zico, LeBron James e Cazuza embalaram o salto profissional

Arnaldo Neto na palestra O Poder das Mídias Sociais. Foro: Mariana Salles 


Na palestra O Poder das Mídias Sociais, o CEO da Hola Que Tal (HQT), Arnaldo Neto, surpreendeu os espectadores reunidos na PUC-Rio. A maioria formada por estudantes esperava dicas sobre a propagação de conteúdos por meio de Facebook, Twitter, Instagram, mas ouviu o empresário de 28 anos contar como as mídias sociais representaram um atalho aos sonhos profissionais. Aos 24 anos, elevirou sócio da HQT, agência especializada no gerenciamento online de diversas como o restaurante Balada Mix, o canal de TV por assinatura Multishow e algumas festas badaladas.

Antes de encontrar a vocação, porém, Arnaldo lembra que "estava completamente perdido, como boa parte dos jovens naquela idade". Quando era criança, sonhava em ser jogador de futebol, de basquete, e até em ser músico, mas nada disso avançou. Decidiu cursar Comunicação Social na PUC-Rio, onde ficou por um ano. Transferiu-se para a ESPM, em "outra tentativa de se encontrar". Acabou voltando para a PUC, desta vez como aluno de Administração, curso que frequentou também por aproximadamente um ano.

– Sempre fui muito sonhador. Achava que mudaria o mundo, mas que essa mudança ocorreria por milagre, não por estudo. Eu me arrependo disso, porque a formação acadêmica faz muita falta – reconhece o jovem executivo –. Nem todo estudo vai impactar a vida diretamente, mas é aprendizado.

Perdido entre cursos universitários e sonhos, Arnaldo resolveu ingressar, em 2010, na produção de eventos. Trabalhou na boate Baronetti, em Ipanema, e acumulou muitos contatos que se revelariam úteis à guinada profissional. No que ele chama de "insight criativo", viu no Facebook – que começava a se destacar no Brasil – a oportunidade para divulgar os eventos. Passou a publicar prospectos de festas e a marcar os amigos. Um comportamento comum hoje, mas ainda inovador na época.

– Vi nisso a oportunidade de oferecer um serviço voltado às redes sociais dos contatos feitos nos tempos de Baronetti. Ninguém ianda fazia isso. Conforme o mercado avançou, a demanda dos meus serviços cresceu – conta o empreendedor.

Em 2012, Arnaldo associou-se à HQT. Logo virou o único dono, com a saída dos demais sócios saíram. Hoje a agência reúne cerca de 60 clientes e 13 funcionários. Ele destaca três casos emblemáticos do sucesso impulsionado pelas mídias sociais. O primeiro, ele chama de “case Zico”: depois de meses tentando entrar em contato com o assessor do eterno camisa 10 do Flamengo, Arnaldo finalmente conseguiu uma reunião com o Galinho. Propôs uma ação na página do Facebook de Zico, que agregava não mais do que 200 mil curtidas. Sugeriu que as 20 pessoas que mais interagissem na página jogassem uma partida de futebol com o Zico no aniversário dele. A campanha incrmentou a página, que, em poucos meses, atingiu 2 milhões de curtidas.

O segundo, “case LeBron James”, Arnaldo também conta acompanhdo de um permanente sorriso. Ao saber que a NBA, liga profissional de basquete dos EUA, abriria um escritório bo Rio, correu para sugerir uma intervenção no Instagram da marca. A campanha incentivava os espectadores a postarem fotos com camisas de times de basquete (#NBABrasil). No mesmo período em que a iniciativa explodiu no Instagram, o craque da NBA LeBron James veio ao Brasil para uma partida especial entre os times Miami Heat e Cleveland Cavaliers. Arnaldo, "depois de muito tempo e procura", conseguiu tirar uma fotografia ao lado do ídolo, exibida com muito orgulho durante a palestra na PUC-Rio. A campanha fez tanto sucesso que Arnaldo foi convidado para uma celebração da NBA, em Nova York, na qual a ideia seria reproduzida em escala internacional. A hashtag ThisIsWhyWePlay movimentou as redes sociais tanto quanto a brasileira.

Ourtro caso considerado marcante pelo empresário de 28 anos está associado a um festival em comemoração aos 30 anos da música Exagerado, sucesso de Cazuza (1958-1990). Os bastidores dos shows, atividades e festas conecntrados no Circo Voador de 12 a 14 de junho de 2015, e dos quais participaram figuras representativas da música brasileira, como Dado Villa-Lobos, Dônica, Suricato, Liminha, converteram-se em conteúdos exclusivos para as mídias sociais. 

Na conversa com alunos da PUC-Rio, o executivo ressaltou que "o dinheiro nunca, em princípio, foi a questão-chave desses trabalhos". O sucesso financeiro seguiu-se ao apetite para inovar e, ao mesmo tempo, para aproximar-se, de alguma forma, dos sonhos de garoto: 

– Eu queria ser o camisa 10 do Flamengo. Não consegui, mas joguei ao lado. Queria jogar basquete. Não consegui, mas pude conhecer um dos melhores jogadores de todos os tempos. Queria ser músico. Não consegui, mas ajudei vários a realizar os sonhos deles e a proporcionar uma homenagem perfeita ao Cazuza. O que talvez seja o mais engraçado de tudo isso, é que eu não tinha percebido isso até hoje, até criar essa palestra – recorda, emocionado.

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