As diferentes propostas na abordagem de fatos da economia mundial foram apresentadas durante o encontro

O diretor de Política Econômica do Banco Central do Brasil, professor Carlos Viana de Carvalho, do Departamento de Economia da PUC-Rio, ministrou a aula magna para a graduação do curso nesta segunda-feira, 9. A palestra abordou métodos de como analisar e contrapor fatos que afetam a economia nacional e internacional.

Carvalho apresentou três artigos dele para ilustrar as falas. Os textos, de acordo com o professor, são tentativas de respostas para algumas questões em economia e têm o intuito de “contrafactuar” a realidade, fazer projeções de outras realidades a partir de momentos que de fato ocorreram. O primeiro artigo comentado foi What if Brazil hadn’t flotaed the Real in 1999? (E se o Brasil não tivesse adotado o câmbio flutuante em 1999?).

Em sequência, Carlos mostrou o caso de uma notícia falsa sobre a falência da companhia área United Airlines que derrubou as ações da empresa. A análise é chamada de The Persistent Effects of a False News Shock (O Efeito Persistente de uma notícia falsa, em tradução livre). E por último, o professor abordou o artigo Follow the Money: The effects of income shocks on household consupmption and indebtedness (Siga o dinheiro: Os efeitos dos choques de renda sobre o consumo e o endividamento das famílias), que analisa o efeito do Fundo de Garantia do Trabalhador Social (FGTS) na economia nacional. Este último artigo ainda está sendo escrito por ele.

Carvalho disse que o intuito da aula, com a apresentação dos artigos, era de despertar nos alunos o interesse por métodos e rigor quantitativo na análise de diversos casos econômicos. Para ele, discutir esse tipo de assunto não tem relação com as definições de economia heterodoxa ou ortodoxa.

— Não existe ideologia nisso aqui, é questão de estudar as coisas direito. É fazer o dever de casa tanto do ponto de vista do rigor analítico, do uso de matemática e lógica, quanto do ponto de vista empírico, entender os métodos para chegar em conclusões o mais confiáveis possível. Economia não é uma ciência exata, o que não quer dizer que vale tudo.